O plantio de pinus em áreas nativas está promovendo o desmatamento na região Centro-Sul do Paraná e no Norte de Santa Catarina. A ação desencadeou a operação “Pinus Pirata” que está sendo desenvolvida pelo IBAMA (Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) há cerca de 10 dias. De acordo com matéria veiculada no jornal Gazeta do Povo, edição desta terça-feira, dia 19, nesse período, R$ 773 mil em multas já foram aplicadas.
O professor do departamento de Biologia da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) Denny Willian da Silva, em entrevista concedida à GP, disse que o desmatamento de áreas nativas para possibilitar o plantio de espécies exóticas é prejudicial à biodiversidade.“Ele repercute de forma negativa em toda a cadeia”, acrescenta. É que o solo fica mais seco e a água da chuva escorre com mais facilidade, possibilitando a erosão e o assoreamento dos rios, prejudicando o desenvolvimento dos peixes, segundo informações de Denny.
O biólogo observa também que os animais que viviam na floresta nativa também sofrem, pois há uma redução dos alimentos e a menor probabilidade de confecção de ninhos. “Um hectare de floresta de araucária tem entre 70 e 80 espécies diferentes de árvore. A mesma área de pinus ou eucalipto tem uma espécie somente, o que reduz as chances de sobrevivência da fauna e da flora originais”, afirma.
Para evitar situações como as que foram citadas pelo biólogo, durante a operação do Ibama, as árvores de pinus e eucalipto que estiverem plantadas em área remanescentes da Mata Atlântica serão derrubadas e serão doadas para instituições cadastradas no Ibama. Até o momento, nenhuma árvore foi derrubada.
Após a identificação das áreas plantadas, os proprietários são notificados. Eles devem cortar e enfileirar as toras das espécies exóticas, num prazo de 10 dias após o embargo e tem 60 dias para fazer a limpeza da área. Outra exigência é a recuperação da área, sob a pena do IBAMA fazer essa retirada.
De acordo com a chefe de fiscalização da superintendência do Ibama no Paraná, Maria Luíza Gonçalves, tratores, caminhões e equipamentos utilizados para o plantio e retirada dos pinus, serão apreendidos.
Fonte: GP