22/08/2023


Cotidiano Paraná

Incêndios ambientais crescem 33% no Paraná no 1º trimestre de 2020

De acordo com dados do Corpo de Bombeiros, em março deste ano foram registrados 1.016 casos a mais que no mesmo mês de 2019

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Incêndios ambientais crescem 33% no Paraná no 1º trimestre de 2020 (Foto: Gilson Abreu/AEN)

As ocorrências de incêndios ambientais no Paraná aumentaram em 33,14% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados do Corpo de Bombeiros foram divulgados nesta segunda (27).

Pelo balanço, em março deste ano – que foi um mês de clima seco em todo o Estado -, foram registrados 1.016 casos a mais que no mesmo mês de 2019, quando foram 574 ocorrências. Isso se deve, principalmente, porque neste ano a estiagem chegou cerca de cinco semanas antes do previsto.

Entretanto, no geral, de acordo com a Agência Estadual foram registrados 2.731 casos de janeiro a março deste ano contra 1.826 nos primeiros três meses de 2019. De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Samuel Prestes, o aumento de mais de 30% de incêndios ambientais deve-se às mudanças climáticas.

“Normalmente o nosso período de seca é do final do outono em diante, mas este ano começou mais cedo, já em março, então estamos recebendo inúmeros chamados e nos preparando para o pico das ocorrências de incêndio florestal, que deve ocorrer no período de junho e julho”.

(Foto: Gilson Abreu/AEN)

No comparativo, os meses de janeiro e fevereiro deste ano registraram diminuição nas ocorrências de incêndios ambientais: foram 623 casos em janeiro de 2019 e 536 no mesmo mês deste ano (redução de 16,23%). Já se comparado com fevereiro, foram 24 ocorrências a menos em 2020 em relação ao mesmo mês do ano anterior (caiu de 629 para 605).

De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros, além de destruir a fauna e a flora, as queimadas ambientais também são prejudiciais à saúde humana. “A fumaça que sai de um terreno baldio queimando, por exemplo, pode causar uma dificuldade respiratória, e agora que estamos no meio de uma pandemia tudo isso pode contribuir para agravar mais ainda a situação”.

COMO EVITAR

Os incêndios ambientais podem ser corriqueiros devido a fatores naturais como raios e estiagem, por exemplo. Porém, também ocorrem em decorrência de ações humanas, como queimadas, fogueiras e bitucas de cigarro jogadas em locais inapropriados.

De acordo com o comandante, o cuidado com as fogueiras – comuns nesta época do ano -, devem ser redobrados. Atear fogo em lixos ou em terrenos baldios é crime, e tem como penalidades multas ou até mesmo a prisão.

(Foto: Gilson Abreu/AEN)

PENALIDADES

Causar incêndios em matas ou florestas, independente de ser uma área de proteção ou não, privada ou pública, é crime. De acordo com dados do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde, no primeiro trimestre de 2019 foram constatadas seis ocorrências com crime de incêndio em mata ou floresta no Paraná. Em 2020 nenhum caso foi constatado nos primeiros três meses do ano. Conforme o chefe de Planejamento do Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde, capitão Álvaro Gruntowski, a penalidade para esses crimes pode ser multa ou prisão e são inafiançáveis.

“É uma situação que está prevista na lei de crimes ambientais, cuja pena é reclusão de dois a quatro anos, ou seja, é um dos crimes mais graves em se tratando de crimes ambientais”. Segundo ele, pode acontecer por ação direta com a intenção de causar um desastre, mas também por uma negligência ou imperícia. Isso ocorre quando a pessoa não toma cuidados necessários e a manipulação do fogo acaba provocando um incêndio.

(Foto: Gilson Abreu/AEN)

Na infração administrativa a multa varia de acordo com o tamanho da área atingida. O valor mínimo da multa é R$ 5 mil e pode chegar até R$ 50 milhões, dependendo de quantos hectares foram afetados.

Conforme Gruntowski, é preciso observar as leis para saber quais ações são criminosas. Um exemplo é a soltura clandestina de balões, de acordo com o artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98). Assim, pelo artigo, quem fabrica, vende, transporta ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, ou em áreas urbanas, pode ser condenado à pena de detenção, de um a três anos. Ou multa, ou ambas, cumulativamente.

ESTRUTURA REFORÇADA

Na quarta (22) o Corpo de Bombeiros recebeu do Governo do Estado sete novos caminhões Auto-Bomba Tanque Resgate (ABTR) para atuar em diversas situações. Entre elas, no controle a incêndios neste momento de estiagem.

De acordo com o coronel Samuel Prestes, a frota custou mais de R$ 6,5 milhões e será distribuída nos locais em que houver maior necessidade. Por fim, a Defesa Civil do Paraná também repassou alguns equipamentos ao Corpo de Bombeiros para auxílio no combate às queimadas.

(Foto: Gilson Abreu/AEN)

São luvas, calças, capas, capacetes, botas e óculos, para combate a incêndios florestais e também para atendimentos a emergências envolvendo produtos perigosos. Em caso de incêndios, seja ambiental ou não, a população deve acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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