Da Redação
Guarapuava – Alcoolismo, consumo de drogas ilícitas, mas na maioria das vezes o ciúme, o sentimento de posse que se permeia a cultura machista, são ingredientes nocivos que compõem a rotina diária de centenas de mulheres também em Guarapuava.
Considerada uma das cidades mais violentas na questão de gênero, segundo dados do Mapa da Violência, em 2013 com o registro de oito assassinatos, o município trabalha para reduzir esses índices. No dia em que a Lei Maria da Penha comemora dez anos de implantação no país, a Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, que há três anos e meio foi criada com o viés de política pública para o enfrentamento desse problema crônico, registra quedas no número de feminicídios. Se em 2013 oito mulheres foram mortas por parceiros ou ex-companheiros, em 2014, ano de implantação da Secretaria, seis mulheres foram assassinadas, número que se manteve em 2015. Em 2016, até agosto, duas mulheres perderam a vida pela fúria masculina.
De acordo com a secretária Eva Schran, a redução está sendo provocada pela conscientização das mulheres que se libertam dos agressores a tempo de salvar suas vidas. A intenção é acabar com o feminicidio na cidade e no interior. “Queremos acabar com esses números, mas fico orgulhosa por todas aquelas mulheres que conseguiram se defender e salvaram as suas vidas”.
Para marcar uma década da lei Maria da Penha, criada no país para punir os autores da violência contra as mulheres, a Secretaria fez uma intervenção no Calçadão da rua XV de Novembro sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido em Guarapuava.