Uma jovem indígena de 22 anos morreu após ser vítima de crime sexual em Nova Laranjeiras nesse domingo (22). De acordo com a Polícia Militar (PM), o Hospital São Lucas acionou a equipe para prestar atendimento à ocorrência. Conforme relato da PM, a vítima apresentava sinais de agressão física, incluindo ferimentos e hematomas pelo corpo, além de sintomas de confusão mental.
O caso chegou a ser tratado em postagens nas redes sociais, como estupro coletivo. No entanto, o Portal RSN não publicou a informação e aguardava a confirmação dos fatos por parte da polícia. Na manhã desta terça (24), em nota oficial, o delegado chefe da 2ª SDP de Laranjeiras do Sul, Marcelo Luiz Trevizan, informou que “até o momento, não há nenhuma evidência que indique ocorreu um estupro coletivo, embora não haja dúvidas de que houve um crime sexual. Tampouco há qualquer indício de que a vítima fora ‘abandonada’ por um carro no local onde, posteriormente, recebeu atendimento pelo Samu”.
DE SÁBADO PARA DOMINGO
De acordo com a nota oficial da Polícia Civil (PC), a vítima estava no local pelo menos desde a noite de sábado (21), acompanhada do marido, além de um casal, e de outros cinco homens, pessoas do círculo de convivência dela. Conforme Trevizan, eles teriam passado a madrugada confraternizando e ingerindo bebida alcoólica em grande quantidade.
A polícia ainda informou que durante a manhã do dia seguinte (22), ela reclamou de dores na barriga, começando a apresentar um sangramento. Após isto, uma das pessoas que a acompanhava procurou uma terceira pessoa, que acionou o socorro. “No local onde a vítima recebeu o primeiro atendimento médico, é comum que pequenos grupos de indígenas ali se reúnam, normalmente aos fins de semana. Algumas pessoas passam mais de um dia ali, sem retornar para suas casas, dormindo neste mesmo local ou nas proximidades”.
CONSTATAÇÃO DE CRIME SEXUAL
No hospital em Laranjeiras do Sul, verificou-se que haviam lesões que indicavam que a vítima havia sofrido abuso sexual. Ainda no domingo (22), a jovem indígena acabou transferida para o Hospital São Vicente em Guarapuava, devido a gravidade dos ferimentos. Mas a indígena não resistiu e morreu. A Polícia Civil informou que ainda não recebeu a cópia dos prontuários médicos do atendimento, “tampouco recebeu do Instituto Médico legal (IML) de Guarapuava, o laudo de exame de necropsia, não sendo possível, por enquanto, informar a causa da morte e a relação com o evento”.
O delegado da 2ª SDP ainda afirmou que não há, até o momento, nenhuma informação de que a vítima tenha revelado o que ocorreu com ela aos profissionais da saúde que fizeram o atendimento. Mas a polícia investiga o que pode ter ocorrido na noite e durante a madrugada.
Pode-se dizer, tão somente, que até o momento as evidências apontam no sentido de que o crime foi cometido por uma pessoa, que já foi interrogada e que negou a autoria. De toda forma, até a conclusão das investigações, a Polícia Civil não descarta a possibilidade do envolvimento de mais de uma pessoa no caso.
Por fim, a nota informa que “todos os esforços por parte da 2ª SDP estão sendo empregados e que as investigações desse complexo caso seguirão até o completo esclarecimento dos fatos”. De acordo com informações apuradas pelo Portal RSN, o sepultamento da jovem indígena ocorreu na manhã desta terça (24) às 9h na reserva indígena.
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