Comunidades tradicionais paranaenses, como indígenas e quilombolas, de Nova Laranjeiras e Ponta Grossa tiveram aprovação no programa Bolsa Qualificação Cultural. O projeto é o maior programa de incentivo à cultura do País. Nesta fase oferece 12 mil vagas para bolsas que pagarão três parcelas de R$ 1 mil para cada participante. Portanto, serão R$ 3 mil ao final do curso.
Os trabalhadores terão acesso a um curso on-line. Dessa forma, o acesso às aulas e avaliações é um pré-requisito para o recebimento da bolsa, que exige a finalização dos três módulos. Nesta etapa, as comunidades tradicionais representam 14,6% dos 8.261 profissionais da cultura aprovados no programa.
Além disso, o projeto contou com uma força-tarefa para tornar as inscrições mais amplas e inclusivas. Ou seja, para que aqueles que não tinham condições de acessar a internet pudessem inscrever-se. Dos 1.205 alunos de comunidades tradicionais, 523 estão recebendo o apoio da força-tarefa. Os outros 682 fizeram as inscrições de forma autônoma.
De acordo com informações da Agência Estadual de Notícias, na fase atual do projeto, as visitas são voltadas para auxiliar, quando necessário, o acesso às aulas e avaliações. Além de Nova Laranjeiras e Ponta Grossa, outras comunidades que recebem o programa são dos municípios de Adrianópolis, Curitiba, Campo Largo e Piraquara. Bem como Mangueirinha, Palmas e Ponta Grossa.
O CURSO
As aulas têm três módulos de 40 horas, totalizando 120 horas em três meses. Atualmente, os cursistas já fazem o segundo módulo. Assim recebem a primeira parcela referente à conclusão da etapa inicial. Os valores são da Lei Aldir Blanc.
O programa é oferecido pela Secretaria da Comunicação Social e da Cultura (SECC), via Superintendência-Geral da Cultura, em parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). De acordo com a superintendente-geral da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, a Bolsa Qualificação é uma conquista da classe cultural.
Tivemos um número recorde de inscritos. Além disso, conseguimos conceder o benefício para trabalhadores e trabalhadoras da cultura de todo o Paraná, incluindo os povos tradicionais. Isso é algo inédito que nos orgulha bastante.
INCLUSÃO
Conforme Mauro Rockenbach, superintendente geral de Diálogo e Interação Social do Estado, a inclusão destes grupos é importante porque possibilita o fortalecimento da cultura. Além de elevar o trabalho da economia solidária em um momento de retomada econômica.
Com o programa, você passa a dar condições melhores para quem já expressa a cultura. E, ainda, dá vazão a uma das coisas que eles sabem fazer melhor, com qualidades que eles possuem. Como a contagem certa do tempo e o conhecimento ancestral, por exemplo. Eles aproveitam, além disso, o material local, como bambu e cipó, transformam em produtos lindos e, com isso, conseguem mais uma fonte de renda.
São exemplos da expressão da cultura indígena o artesanato, a cestaria e a produção de bijuteria. Já nas comunidades de matriz africana (quilombolas) há o artesanato, a dança e a música. Por fim, “além de serem produtos extremamente valiosos do ponto de vista do costume, também são do ponto social e econômico”.
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