22/08/2023
Cotidiano

Indígenas saem das reservas para vender artesanato na cidade

imagem-18952

Indígenas vindos de várias reservas do Paraná continuam acampando nos fundos Rodoviária Municipal de Guarapuava. São, principalmente, mulheres e crianças que dormem sob pedaços de lona preta fixados com varetas no chão e outra parte amarrada em muros de casas. Durante o dia, uma ou duas mulheres fazem artesanato e cuidam das crianças, enquanto outras caminham pelas ruas da cidade oferecendo, especialmente, balaios.

De acordo com Jean Carlo Guimarães, coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Escritório de Guarapuava, a presença de indígenas nos centros urbanos é cultural. "Eles fazem isso há muitos anos. Acho que desde o tempo do meu avô", afirmou à Rede Sul de Notícias. De acordo com Jean, as mulheres indígenas estão aproveitando o período de férias escolares das crianças para vender o artesanato nos centros urbanos. "Temos notícias de que estão indo até o Paraguai. Elas ficam durante uma ou duas semanas, depois vão embora e chegam outras. "Isso é cultural", ratifica.

Uma das mulheres que se encontrava num dos barracos atrás da Rodoviária no início da tarde desta quinta-feira, e disse se chamar Maria, veio da reserva indígena de Ivaí. Mãe de três crianças pequenas ela contou que conseguiu vender dois balaios na manhã de hoje. Cada balaio custa R$ 5,00, mas "a gente sempre dá um descontinho, né", diz sem dar chance de continuar a conversa. A indígena disse também que o seu esposo está vendendo outras peças artesanais em Curitiba.

De acordo com Jean Carlo Guimarães, os indígenas que estão em Guarapuava hoje são oriundos das reservas de Marrecas, Ivaí e Faxinal.

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.