22/08/2023
Economia

Indústria paranaense volta a crescer em outubro

Depois de registrar uma forte queda de -12,70% em setembro, a indústria do Paraná voltou a crescer em outubro. Nesse mês, as vendas industriais, medidas pelo departamento econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), subiram 7,01% na comparação com o mês anterior, acumulando resultado positivo de 2,45% ao longo do ano. Os resultados foram divulgados nesta sexta-feira (07).

O resultado de outubro foi puxado pelo desempenho positivo de 14 dos 18 gêneros industriais pesquisados. As maiores altas ficaram por conta dos setores de ‘Metalúrgica Básica’ (+78,57%), que se recuperou dos resultados de setembro, e ‘Vestuário’ (+37,97%), devido às vendas da coleção primavera-verão. Os três gêneros de maior participação relativa na indústria paranaense tiveram bons resultados. ‘Alimentos e Bebidas’ (+1,87%), ‘Refino de Petróleo e Produção de Álcool’ (+5,66%) – ambos por conta de recuperação frente à queda de setembro – e ‘Veículos Automotores’ (+23,37%), que voltou a crescer em seu nível normal, sem a influência do fim de incentivos fiscais.

Na outra ponta, as maiores quedas de outubro foram registradas nos setores de ‘Material Eletrônico e de Comunicações’ (-39,80%), que retornou ao seu nível normal de vendas após aumento de 47,68% em setembro; ‘Edição e Impressão’ (-10,68%), queda sazonal com o fim da demanda por material didático; e ‘Minerais não Metálicos’ (-17,73%), devido à redução da produção.

A compra de insumos pela indústria acompanhou o desempenho positivo das vendas industriais em outubro, registrando aumento de 13,56%. Em se observando a origem dos insumos, observa-se aumento nas compras realizadas no Paraná (+17,71%); nas originadas em outros Estados do país (+9,45%) e também nas importações (+16,24%). No acumulado dos dez primeiros meses de 2012, observa-se aumento de 2,12% na comparação com o mesmo período de 2011.

CAPACIDADE PRODUTIVA

Apesar do resultado positivo, a análise conjuntural da economia aponta para um cenário adverso a médio e longo prazo. De acordo com relatórios do IBGE, a produção física de ‘bens de capital’ (máquinas e equipamentos para a indústria), vem caindo significativamente. No acumulado dos 10 primeiros meses de 2012, o resultado foi negativo na ordem de -12,4%, e as importações desta categoria de produtos teve discreta elevação de 2,06%. Para efeito de comparação, em 2011 a produção interna de bens de capital evoluiu 5%, enquanto as importações, em valores, tiveram alta de 22,55%.

A principal consequência deste comportamento é uma menor capacidade da produção doméstica frente a um mercado que vem sendo fortemente estimulado com uma oferta de crédito sem precedentes. Com isso, cresce a pressão inflacionária, bem como a importação de produtos.

Segundo o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, é necessário aumentar os investimentos na capacidade produtiva da indústria para poder atender de maneira adequada a este mercado em franca ascensão. “Pode ser uma grande oportunidade ou um grande problema. O governo tem adotado medidas para estimular o setor produtivo e esperamos que continue tendo esta sensibilidade para conquistarmos resultados mais expressivos de crescimento do nosso PIB e da geração de emprego e renda”, observou.

EMPREGO

Em relação ao nível do emprego, o levantamento da Fiep verificou em outubro aumento em nove dos 18 gêneros pesquisados, totalizando alta de 0,06%. O emprego diretamente ligado à produção subiu +0,04%. O resultado acumulado de janeiro a outubro contra igual período de 2011 apresenta incremento de 2,96% no ‘pessoal empregado total’ e de 2,89% no ’pessoal empregado na produção’.

Na comparação com setembro, a massa salarial líquida apresentou redução de -0,66% e as horas trabalhadas subiram 1,70%. A utilização da capacidade instalada das indústrias subiu dois pontos percentuais em outubro, situando-se em 79%, nível quatro pontos percentuais inferior ao registrado em outubro de 2011. 

Com  Sistema Fiep

Cristina Esteche

Jornalista

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