22/08/2023
Brasil Economia

Inflação brasileira está em terceiro lugar no ranking da América Latina

No primeiro e segundo lugar estão Argentina e Haiti. Conforme o Ibre da Fundação Getúlio Vargas, a inflação no Brasil chegou a 9%

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Conforme o Ibre da Fundação Getúlio Vargas, a inflação no Brasil chegou a 9% (Foto: Marcello Casal Junior)

Com a alta nos preços, o Brasil está em terceiro lugar no ranking de inflação da América Latina. No primeiro e segundo lugar estão Argentina e Haiti, respectivamente. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, no acumulado em 12 meses até junho, a inflação no Brasil chegou a 9%.

Conforme André Braz, pesquisador do Ibre, a incerteza no mercado fez com que o investidor migrasse para mercados mais seguros. “Nós tivemos uma desvalorização cambial maior por causa do ambiente de incerteza num momento de juro baixo. Com a incerteza crescendo e os juros em 2% (no início do ano), ninguém queria ficar aqui. O investidor foi para mercados mais seguros e isso ajudou a desvalorizar a nossa moeda”.

Por meio dos dados do levantamento fica evidente que o quadro inflacionário brasileiro piorou mais do que em outros países. No fim do ano passado, o Brasil ocupava a sexta posição entre as economias da Região com mais inflação.

Depois de superada a fase mais crítica da pandemia de covid-19, a inflação se tornou um problema em todo o mundo. A alta dos preços das commodities se somou ao desarranjo nas cadeias de produção. A crise sanitária paralisou ou reduziu a produção em muitos setores industriais. E essa interrupção provocou uma escassez de produtos, pressionando os custos de produção.

CENÁRIO BRASILEIRO

Desde o ano passado, a inflação brasileira passou a ser pressionada pela alta dos preços dos alimentos. O aumento de itens básicos, como soja e milho, no mercado internacional e a perda de valor do real provocaram um aumento da exportação, o que levou a um desabastecimento do mercado local e, consequentemente, ao aumento dos preços.

No cenário dos analistas, a expectativa era de que o real iria se valorizar ao longo de 2021 e, portanto, a inflação poderia ceder. Mas as incertezas fiscais e, recentemente, a crise institucional provocada pelo presidente Jair Bolsonaro impediram uma queda do valor do dólar. A combinação desses cenários provoca uma fuga de capitais do Brasil, afetando o real.

Segundo especialistas o quadro inflacionário se agravou ainda mais porque o Brasil passou a enfrentar um aumento no preço dos combustíveis e uma severa crise hídrica, que vem sendo enfrentada de forma tardia e tímida pelo governo federal.

Além disso, já são vários aumentos seguidos na conta de luz dos brasileiros. Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) criou a bandeira tarifária de escassez hídrica e reajustou ainda mais o valor da energia.

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Cristina Esteche

Jornalista

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