Criadores de abelhas sem ferrão de Guarapuava e Região estão preocupados com a aplicação de inseticidas contra o Aedes aegypti. Isso porque, embora prevista por lei, a aplicação do veneno não é seletiva. Por conta disso, muitos polinizadores estão morrendo, como é o caso das abelhas. De acordo com o professor da Unicentro Rodrigo Souza, que também é meliponário, é preciso que o setor seja comunicado com um mínimo de 24h, antes da ação.
“O alerta com 24 horas de antecedência pode proteger enxames que estão sob cuidados humanos. As abelhas começam a trabalhar lá pelas cinco da manhã e algumas ficam ativas até o crepúsculo. Quando somos avisados, fechamos as colônias para que as abelhas não saiam para trabalhar. Dessa forma, aumenta a proteção contra o veneno”.
Outra preocupação, segundo o professor, é em relação aos enxames que estão na natureza e que não têm nenhuma chance de sobreviver aos inseticidas. Por isso, existe uma norma para que se aplique veneno sobre as flores. “Tem relatos ainda em investigação que o uso de inseticidas nas cidades diminui a produção de frutos. Isso gera fome para diversos animais, especialmente aves silvestres”.
E muito mais do que isso. Prejudica a biodinâmica do meio ambiente, uma vez que as abelhas polinizam as árvores que dão frutos para as aves se alimentarem. Estas, servem como alimento para predadores.
ÚLTIMA OPÇÃO
E o professor ainda diz mais. “Me chama muito a atenção que o veneno deveria ser a última opção, segundo a legislação. Ao menos aqui já estão aplicando veneno sem tentarem as outras abordagens, especialmente fiscalização e educação sanitária”. Conforme o professor, em Guarapuava há cerca de 100 meliponários. Já, Prudentópolis é o maior produtor de mel sem ferrão da Região.
De acordo Dayanne Louise do Prado, criadora de abelha, até pouco tempo a comunicação estava sendo eficiente. “Nos avisavam o local, o dia e o horário dos bloqueios. Mas agora com o aumento de casos não está sendo mais possível esse aviso. Isso nos causa problemas”.
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