22/08/2023
Política

Investigações: "Maioria usa dois pesos e uma medida"

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Cristina Esteche

A rejeição por 14 votos contra seis de uma Comissão Processante para investigar denúncia feita por moradores de Entre Rios envolvendo o vereador Celso Costa (PPS), está sendo considerada como dois pesos e uma medidas. “Blindaram ele. No meu caso eu votei contra mim mesmo sendo favorável à CP que está investigando um contrato da empresa da qual sou sócio porque não tenha nada para esconder.  A nossa principal função não é a de fiscalizar? Então como vou impedir que me fiscalizem?”questiona o vereador Geraldo Pacheco Barbosa, do PT. Ele está sendo alvo de uma Comissão Processante. LEIA AQUI.

A denúncia contra Celso Costa, que já tramita no Ministério Público, foi protocolada na Câmara de Guarapuava no dia 05 de outubro deste ano, mas só entrou na pauta na sessão dessa segunda feira (19). O pedido era que a documentação assinada pelo ex-vereador Frederico Michelc, fosse encaminhada à Comissão de Ética do Legislativo. Porém, como essa comissão já está com prazo vencido desde o começo do ano, haveria a instauração de uma CP, como aconteceu com o vereador Geraldo Pacheco Barbosa, do PT. Se o petista está sendo investigado por denúncia que teria sido feita pelo seu suplente  Carlos Cesar Kolodi, o Polaco do Radiador, Celso Costa está sendo alvo de denúncias por causa de moradias populares em Entre Rios.  A RSN já levantou essa questão em materia publicada no dia 05 de outubro. LEIA MATÉRIA AQUI.

A diferença

A denúncia contra Geraldo  Pacheco Barbosa foi, supostamente, feita pelo seu próprio suplente, Carlos Kolodi e trata de um contrato, sem assinatura, portanto, sem efeito, firmado entre uma empresa da qualo vereador é socio e o Consórcio Intermunicipal de Saúde de Guarapuava (Cisgap) e que beneficiaria o ex-secretário de Saúde, Stefan W. Negrão. “Eu não sabia de nada, não fui comunicado e ninguém me procurou para saber se era verdade”, disse o petista.

Segundo Geraldo, já no caso de Celso Costa houve uma reunião prévia da bancada governista onde o vereador teve a chance de mostrar documentos e de fazer a sua defesa.

“Na reunião eu me defendi, mostrei documentos que já estudou juntando para apresentar ao MP, embora ainda não tenha sido intimado”, disse Celso Costa à Rede Sul de Notícias. “Eles [vereadores da bancada] sabem que o meu caso é politico e que os autores da denúncia são meus desafetos. Colocaram a denúncia no Conselho de Ética, que não existe, por isso, teria que ser formada um Comissão Processante”, afirmou.

Frederico Michelc, um dos signatários da denúncia, acusa Celso Costa de várias irregularidades num loteamento de moradia popular em Entre Rios.

Divergências

As opiniões de vereadores são divergentes. De acordo com o o líder da bancada de situação, vereador Airson Horst (PPS), a sua posição pessoal foi contraria à instauração da CP, porque já existe ação tramitando no MP. “Essa ação do Ministério Público vai servir de embasamento para possível investigação da Câmara, enquanto o caso do Geraldo  entrou direto na Câmara”, afirmou à RSN.

Também compondo a bancada da base, Ademir Fabiane (PPS) concorda com Airson.”Conversei com o Celso Costa, ele mostrou a documentação e entendi que a justificativa era aceitável. No caso do Geraldo é diferente. Era um pedido do suplente dele e que entrou na hora da sessão e não deu para ouvir a justificativa dele”, disse.

Vereador de oposição, Cleto Tamanini (PTC) defende que a CP contra Celso Costa deveria ter sido instaurada. “Questiono a rapidez com que foi tratado o caso do Geraldo, sem prévia nenhuma. Embora uma denúncia não signifique culpabilidade, sempre expõe a pessoa”. Para Cleto, houve discriminação no trato das duas questões. “Usaram, sim, de dois pesos e uma medida, quando aceleraram o caso do Geraldo e enrustiram o do Celso, que estava na Câmara há mais de dez dias. A bancada da base usou do corporativismo para blindar o colega”.

Milton Roseira Junior (PSDB) disse que votou de acordo com a sua consciência. “Fui coerente, já que aprovei a Comissão Processante contra o Geraldo e agora fui favorável no caso do Celso Costa. Acho que não teria problema algum para o vereador, mas agora fica a dúvida”.

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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