22/08/2023


Guarapuava Segurança

Investigador depõe durante nove horas em júri de Manvailer

As declarações de Jaco giraram em torno de imagens das câmeras de segurança. Ele disse acreditar que Tatiane foi jogada sem vida da sacada

manvailer

Imagens das câmeras de segurança registraram agressões (Imagem: Reprodução)

Na manhã desta quinta (6), iniciou o depoimento do investigador da Polícia Civil, Marco Aurélio Jacó, no julgamento de Luis Felipe Manvailer. Os questionamentos ao policial duraram quase 9h. A defesa do réu preso se mostrou indisposta ao saber [durante o depoimento], que o investigador teria dormido no prédio onde ocorreu a morte de Tatiane Spitzner – uma vez que a namorada dele [à época] era moradora do edifício.

Em alguns momentos, durante os questionamentos, o policial se mostrou convicto com o que declarou nos autos do processo. Por diversas vezes, ao ser questionado, respondeu que poderia afirmar com certeza às questões. Entretanto, em alguns momentos ele demonstrou dúvida. Todavia em muitas perguntas as respostas do policial foram de desconhecimento, apesar de ter visto as imagens projetadas em plenário. Ele também admitiu que deixou de investigar muitos fatos, de ouvir pessoas.

Um exemplo, entre tantas outras situações, é quando o advogado de defesa, Adriano Bretas, pergunta se Jacó sabe como ficam registradas as ligações de solicitação da polícia para atender ocorrências. Ele diz que não. Disse também que nunca solicitou esses registros à Polícia Militar, no caso de Tatiane.

Entretanto, Bretas observa que é importante porque há relatos de que alguém acionou a PM. Disse que mulher tinha se jogado de um prédio. Questionado se ele sabia dessas ligações e se tina verificado ele disse que não. Jaco também não sabia que o policial militar Newton Albach Jr tinha prestado depoimento. Esse policial atendeu as chamadas feitas à PM na madrugada do fato.

Assim como essas, outras situações consideradas importes pelos advogados, também passaram desapercebidas pelo investigador.

POR PRECATÓRIA

Num dos pontos explorados pela defesa, inicialmente, Jaco disse não saber, mas depois admite ter lembrado. Isso ocorreu após ver imagens de vídeo que mostram o depoimento de Roberta Kelly, ex-moradora do prédio. Ele prestou depoimento por precatória em uma cidade do Espírito Santo. Roberta disse que ouviu pedido de socorro e depois “ahaaaa”. Ela disse à polícia achava que Tatiane estava viva durante a queda, já que ouviu o grito pouco antes do corpo bater no chão.

Entre tantas questões, o investigador observou que durante a ida ao apartamento do casal, ele viu tudo revirado. Todavia não soube dizer se houve subtração de objetos. Também negou quando a defesa perguntou se ele teve curiosidade de investigar porque o apartamento estava bagunçado.

Muitas perguntas feitas, tanto pela acusação quanto pela defesa, giraram em torno da chegada do casal no edifício até a saída de Manvailer. Jaco disse que se ateve a esse período durante as investigações. Questionado sobre o golpe ‘mata-leão’ que disse que Manvailer aplicou em Tatiane na garagem, ele examina as imagens de vídeo bem de perto. E revê a posição inicial. Retificou a afirmação anterior de que a vítima tinha desmaiado. É que as imagens mostram ela se levantando e em seguida se dirigindo ao elevador. Jaco observa que houve mudança de postura da vítima a partir disso. Se antes, por quatro vezes, ela tentou impedir Manvailer de deixar o carro, Tatiane começa a fugir do esposo. Já agredida dentro do carro, a vítima continua sofrendo agressões físicas no elevador, conforme imagens da câmera de segurança. Contudo não se sabe o que ocorreu dentro do apartamento, no qual ela não queria entrar, segundo imagens mostradas no julgamento.

CONCLUSÃO

Embora admitindo ter deixado de investigar várias situações, pela exiguidade de tempo – só 10 dias -, Jaco se mostra convicto. Assim ele se mostrou enfático ao afirmar que acredita que Tatiane foi morta por asfixia mecânica dentro do apartamento. Depois teve o corpo lançado da sacada do quarto andar do prédio onde morava.

Após o depoimento do investigador, sexta testemunha a depor, houve recesso de 30 minutos. Depois disso, por volta das 19h, iniciou o depoimento de Obadias de Souza Junior, assistente do Instituto Médico Legal (IML). Às 21h10 a sessão foi interrompida por 10 minutos.

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Cristina Esteche

Jornalista

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