Guarapuava sedia um projeto inédito na área da pesquisa genômica, que vai buscar a causa da deficiência intelectual em alunos da APAE. O trabalho tem a parceria de pesquisadores da Unicentro e do Instituto de Pesquisa do Câncer (IPEC). O investimento teve viabilização pela deputada federal Leandre Dal Ponte.
De acordo com a assessoria da parlamentar, a deficiência intelectual (DI) pode ser caracterizada por limitações no funcionamento intelectual. Assim como, no comportamento adaptativo, que envolve habilidades conceituais, sociais e práticas do paciente.
Entretanto, estudos apontam que a causa da DI permanece indefinida para 80% dos alunos das APAES no Brasil. E o acesso ao diagnóstico beneficia toda a rede de assistência e atendimento ao paciente. Atualmente, a APAE de Guarapuava atende 467 alunos com deficiência intelectual e múltiplas. A faixa etária varia entre 1 e 16 anos, e acima de 16 anos na modalidade EJA.
PESQUISA
De acordo com o médico David Livingstone Alves Figueiredo, coordenador da pesquisa, primeiro há a coleta de material biológico (sangue ou saliva) dos alunos. Depois, o IPEC faz as análises genéticas e moleculares.
O projeto atuará na proposição de um modelo de assistência, contemplando desde a triagem diagnóstica clínica, genética e molecular dos alunos com deficiência intelectual idiopática, até o aconselhamento genético. Isso passa também pela capacitação dos profissionais de saúde e educação diretamente envolvidos no processo. Assim como na atuação junto à família dos pacientes com foco na atenção da saúde mental.
DIAGNÓSTICO É ESSENCIAL
Conforme David, na maioria dos casos, a DI não possui tratamento curativo. Entretanto, o diagnóstico preciso das causas da deficiência intelectual é essencial para estimar o risco de recorrência da doença. Desta maneira, promover o aconselhamento genético para o paciente e para a família.
A principal motivação do projeto é a ausência do diagnóstico genético e molecular dos alunos da APAE no contexto nacional. O uso de técnicas modernas de genética molecular aumenta as chances do diagnóstico correto da DI de causa indefinida ou idiopática.
Assim, segundo David, a partir deste estudo piloto desenvolvido em Guarapuava, é possível a elaboração de um modelo de assistência, educação e capacitação profissional capaz de atuar na identificação precoce da deficiência intelectual em todo o Brasil.
“Quanto antes o diagnóstico é feito, melhor são as perspectivas de intervenções que promovem a saúde e a qualidade de vida da criança e da família. Assim como, a promoção social do conhecimento sobre fatores de risco da deficiência intelectual, como forma de prevenção e diminuição da sua incidência”.
Por fim, a deputada Leandre afirmou que é necessário cada vez mais investir na ciência e na pesquisa para levar a saúde mais perto da população.
Até hoje, muitos pacientes não sabem a causa, não possuem o diagnóstico da DI. Então, após uma conversa com o Dr. David e uma reunião na Unicentro com diversos profissionais e lideranças da cidade, entendemos a importância da iniciativa e conseguimos viabilizar um recurso no Governo Federal, através de emenda parlamentar, para viabilizar o projeto.
(*Com assessoria da deputada Leandre Dal Ponte)
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