Da Redação, com assessoria
O campus Irati da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro) sedia, na próxima quarta-feira (12), a palestra “A Inquisição Portuguesa e a homofobia no Brasil”, que será ministrada pelo antropólogo e historiador Luiz Mott, um dos fundadores da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT). O encontro será no Auditório Denise Stoklos, a partir das 19h.
A dedicação à pesquisa histórica fez de Luiz Mott um dos principais pesquisadores acerca de temas como escravidão, inquisição, religiosidade e sexualidade no Brasil. É autor do livro “Rosa Egipcíaca: Uma Santa Africana no Brasil”, uma etnografia a partir de documentos originais que resgata a vida da escrava que virou uma das maiores santas no Rio de Janeiro de 1725.
Mott vive em Salvador desde 1980 quando iniciou sua carreira na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e fundou o Grupo Gay da Bahia (GGB). Como ativista e decano do movimento homossexual brasileiro, vem fazendo duras críticas aos governos pela falta de políticas públicas no combate a homofobia no Brasil. Um estudo dele sobre crimes nos estados brasileiros (em 2011) identificou 266 assassinatos de LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) motivados pela homofobia. Segundo Mott, a cada dia um LGBT é assassinado no Brasil e o pesquisador responsabiliza a falta de política pública de proteção.
Além de participar da fundação da ABGLT, onde foi secretário de Direitos Humanos, também foi membro da Comissão Nacional de Aids do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Combate à Discriminação do Ministério da Justiça. Também foi convidado a compor o Grupo de Trabalho GLBT, do Ministério da Cultura, em função de seu “notório saber”.