22/08/2023


Economia Região

Irati será o primeiro do Paraná a transformar lixo em madeira biossintética

Irati terá investimento inicial de R$ 18 milhões, além da geração de 50 vagas de empregos diretos e outros 200 indiretos já em 2020

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Prefeito Derbli e a secretária Magda Lozinski (Foto: Secom/Prefeitura de Irati)

Em Irati os resíduos sólidos que iriam para o lixo serão transformados em madeira biossintética. Assim, o município é o primeiro do Paraná a transformar 100% do lixo doméstico em produto granulado, inodoro e esterilizado. É o chamado Composto Biossintético Industrial (CBSI). Conforme o prefeito Jorge Derbli, só existem até agora processos instalados que aproveitam o resíduo industrial.

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Prefeitura, por meio de um processo mecânico de produção (extrusão), o material é moldado em formato de chapas. Após ser processado fica com aspecto e consistência de madeira, de alto valor comercial.

Com esse material podem ser confeccionados decks, assoalhos, móveis de todos os tipos. Além de containers, caixas e pisos/revestimentos diversos, até aplicações mais complexas. Surgem como exemplos casas pré-fabricadas, igrejas, escolas, creches e postos de saúde.

De acordo com o prefeito, para deslanchar o projeto, Irati não terá nenhum custo adicional. “Nem mesmo haverá isenção fiscal para a empresa”.

Assim, o prefeito se refere à Atena Engenharia Industrial, que obteve a licença prévia (167402) do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). A primeira etapa da Atena em Irati resultará em investimentos de R$ 18 milhões em equipamentos. Entretanto, esse valor  pode chegar a R$ 30 milhões, no total.

Produtos feitos com madeira biossintética (Foto: Secom/Prefeitura de Irati)

DOCUMENTO EM MÃOS

Conforme a Secom, na terça (24), Derbli, o secretário de Planejamento, João Antônio Almeida Junior, e a secretária de Ecologia e Meio Ambiente, Magda Lozinski, foram a Curitiba. Na Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA), eles receberam o documento do secretário Marcio Nunes.

De acordo com o prefeito, assim que estiver em produção, a empresa evitará o aterro sanitário, gerará empregos e resultará na produção de material de excelente valor comercial.

Além impacto socioambiental, também vai abrir novos postos de trabalho, e movimentar a economia regional. A partir de sua instalação, a empresa deverá gerar 50 empregos diretos e cerca de 200 indiretos.

De acordo com Mário Mayer, consultor da empresa, os trabalhos de adequação no barracão cedido pela Prefeitura iniciam ainda em outubro/novembro deste ano. “Então será aguardada a liberação de recursos para implantação da estrutura inicial”. Porém, a primeira máquina deverá ser colocada em operação entre março e abril de 2020. E, a partir disso, será iniciada a operação em grande escala.

A iniciativa única, reduz drasticamente a poluição ambiental e o desmatamento. Além disso, abre novas frentes de trabalho e aumenta  a renda de catadores de recicláveis. Há ainda o benefício de evitar que o lixo domiciliar vá para o aterro sanitário. 

De acordo com o contrato, a vigência é de 30 anos. A previsão é do aproveitamento de 50 toneladas/dia de lixo. Porém, essa meta que pode ser ampliada, estendendo o processo para os municípios da Amcespar.

O diretor-presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Everton Luiz da Costa Souza, e o deputado estadual Artagão Junior também acompanharam a reunião.

Piso de piscina com madeira biossintética (foto: Secom/Prefeitura de Irati)

O INÍCIO

As negociações com a empresa começaram em 2018. De acordo com a Secom, nesse ano, após chamamento público, a Prefeitura assinou contrato com a empresa do Rio de Janeiro. Afinal, a Atena efetua o processo por meio de tecnologia desenvolvida pela Ekological Technologies, de Novo Hamburgo (RS).

Assim, com a aprovação da Câmara, Irati doou a área para instalação do empreendimento. Conforme a Secom, no loca está sendo construído barracão de 2.000 m².

 

Cristina Esteche

Jornalista

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