22/08/2023
Cotidiano

Janeiro registrou pouca oferta de trabalho e aumento de candidatos

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Agência do Trabalhador de Pinhão registra movimento atípico no primeiro mês do ano

Pinhão – Entre novos cadastros e atualizações, 223 pessoas procuraram a Agência do Trabalhador de Pinhão no mês de janeiro, na expectativa de conseguir um emprego. “Isso sem contar com pessoas que vieram apenas pedir informações”, afirma a gerente da Agência, Sirley Terezinha Toledo Tavares (foto).
Sirley que trabalha há 12 anos na Agência e há quatro é gerente, observa que o movimento no primeiro mês do ano foi atípico quando comparado com o mesmo período em anos anteriores. “Neste mês, só cinco candidatos conseguiram vagas, sendo que em anos anteriores era superior a 100 o número de pessoas que conseguiam entrar no mercado de trabalho”, informa.
De acordo com a gerente, o mês de janeiro sempre foi bastante movimentado tanto de empresas buscando candidatos quanto de pessoas buscando uma vaga no mercado de trabalho. “Este ano dobrou a procura por parte de candidatos, enquanto as ofertas reduziram. As demissões registradas no mês também estão acima do normal neste período, as empresas estão demitindo mais”, afirma a gerente.
Em fevereiro 50 trabalhadores já garantiram a ocupação de novas vagas. A maioria para outros municípios. Quando os trabalhadores não se deparam com a falta de trabalho, enfrentam a carência de qualificação profissional para conquistar uma vaga. É o que acontece, por exemplo, com a construção civil, que é o setor que mais busca profissionais.
Para o início de fevereiro foram ofertadas 1.200 vagas para carpinteiro, pedreiro, armador, todos com experiência, nos estados de Goiás, Minas Gerais, e Rio Grande do Sul. “As vagas não foram preenchidas. A maioria dos nossos trabalhadores não tem estudos, são de serviços gerais e trabalhos braçais, isso levou algumas empresas a adotar o teste prático para eliminar a experiência”, explica a gerente da Agência do Trabalhador de Pinhão.
Sem qualificação, os trabalhadores acabam se virando com os serviços temporários.
A Cooperativa Agrária estava contratando profissionais para 40 vagas, apareceram 70 candidatos. O trabalho que começa em fevereiro tem duração de dois meses e meio, informa a gerente. O estado de Santa Catarina é o que mais recruta trabalhadores na Agência. Para a colheita da maçã foram contratadas 50 pessoas. O tempo médio de trabalho é de 58 dias.
A oferta de vagas também caiu nos serviços temporários. Sirley destaca que empresas grandes que contratavam 1.200 funcionários só do Paraná, reduziram para menos da metade, e agora contratam 500 funcionários. “De Pinhão saiam mais de três ônibus de trabalhadores, agora vai apenas um”, conta a gerente.
Empresas de Pinhão não procuram a Agência
Empresas de Pinhão não procuram a Agência para ofertar vagas para trabalhadores locais. A gerente acredita que um dos motivos seria a prática de algumas empresas do município que contratam trabalhadores sem carteira assinada, e às vezes por temer denúncias junto ao Ministério do Trabalho, não utilizam os serviços da Agência do Trabalhador. “O importante é colocar a pessoa no mercado de trabalho. A Agência não tem função de fiscalizador”, destaca.
As únicas empresas do município que procuram os serviços são as de reflorestamento, ou então quando vem de outras cidades para se instalar em Pinhão. “As empresas daqui não disponibilizam vagas para o município, não utilizam os serviços da Agência, e muitas vezes desconhecem qual é o nosso trabalho”, reforça a gerente.
Sirley conta que visitou lojas, conversou com empresários, mas sem sucesso. Buscou apoio da Associação Comercial e Empresarial de Pinhão, Aciap, na gestão de Alberto Fuchs Neto, na tentativa de envolver o empresariado local. Agora pretende conversar com a nova diretoria da Associação.
“A Agência tem vários programas que as empresas poderiam usufruir, como o primeiro emprego, por exemplo. Utilizar os nossos serviços não tem custo para o empresário, buscamos o trabalhador dentro do perfil desejado pela empresa, fazemos o contato e localizamos esse trabalhador. Temos uma sala que cedemos para reunião ou entrevista. Mesmo assim, só as empresas de fora nos procuram e confiam nos nossos serviços”, diz a gerente.
O governo do estado do Paraná, por meio da Agência do Trabalhador oferta gratuitamente, entre dois ou três cursos para capacitação de profissionais, anualmente. A contratação de trabalhadores cadastrados na Agência possibilita que haja um aumento nos cursos ofertados. “Para isso é preciso que existam vagas e contratações”, finaliza.
SERVIÇO: A Agência do Trabalhador de Pinhão fica na avenida Francisco Dellê, 116. Informações pelo telefone 3677-2228.

Cristina Esteche

Jornalista

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