Guarapuava – Giros de corpo com a cabeça no chão, saltos, chutes, balanço para as laterais do tronco e nos ombros ao velho estilo break de Michael Jackson são movimentos que compõe o street dance ou dança de rua.
Esse estilo de dança que tem origem dentro da cultura negra americana foi o escolhido por Luiz Rafael, Pedro, Alyson, Hallison, Eduardo, Guilherme, Rafael, Marissa, Mariely, Kamila, Daiane e Luana que formam o grupo Frezzy´s, cujo nome foi inspirado num dos passos final da coreografia, segundo explicam os dançarinos.
A dança se desenvolve através de movimentos coordenados e harmoniosos, o que faz do corpo uma forma de comunicação. Os dançarinos do Frezzy´s se propuseram a levar esta comunicação em um projeto que tem como objetivo dizer não às drogas e à violência. Eles já visitaram quatro escolas e 19 colégios. Não levamos só a dança, mas uma consciência centrada contra às drogas, à violência e também o incentivo para que estudem, não faltem às aulas, ressalta o líder do grupo, Luiz Rafael Merchiori.
Os integrantes querem mostrar que jovens que usam roupas largas devem saber o que é certo e o que é errado para o seu corpo e mente. Quem usa calça larga, brinco, boné pode ser olhado com outros olhos, diz o dançarino referindo-se ao preconceito e à discriminação a partir da aparência e do estilo de vida. O que queremos é reverter isto. Mostrar que somos do bem e queremos levar as melhores mensagens, afirma.
Vindos de alguns bairros da cidade, os amigos reúnem-se diariamente para os ensaios no salão social da comunidade Perpétuo Socorro, no Bairro Cupertinópolis. Os 12 integrantes estão há dois anos com o grupo de dança. Começamos em cinco pessoas e ensaiávamos na churrasqueira lá de casa, lembra Luiz Rafael, que mora no Alto na XV.
Os ensaios duram em média três horas. A nossa última coreografia tem 24 sequências de oito passos.
Os exercícios diários trabalham o corpo dos dançarinos. Pedro Paulo Passos, 19, que está apenas há cinco meses no Frezzy´s revela a mudança. Segundo ele, a sua disposição é outra, além de já ter dado uma boa definição nos seus músculos. Queima calorias e modela o corpo, diz o operador de caixa.
Como todo esporte, os dançarinos também correm o risco de contusões. Pedro lembra ter deslocado o ombro fazendo um flair aéreo. Um roxo ou uma dorzinha de vez enquando compensam. É muito bom ouvir: ele dança bem, afirma o dançarino.
Para estarem entenados com o que acontece no mundo do street dance acompanham sites nacionais e internacionais. Ficamos ligados nos campeonatos mundiais pela internet e vamos inovando as nossas coreografias, conta Luiz Rafael. E como todo grupo de dança, revelam que a inspiração vem de um grupo japonês chamado Mortal Combate. Eles são os melhores, ressaltam.