Da Redação
Guarapuava – O processo judicial resultante da Operação Bala da Noite tem novos desdobramentos, em Guarapuava. A Justiça vai começar as audiências de instrução dos 16 réus. Quinze estão presos na Cadeia Pública, na Penitenciária Industrial de Guarapuava, um no Hospital Penitenciário, em Curitiba, e uma das duas meninas está em prisão domiciliar com o uso de tornozeleira eletrônica. Todos estão sendo julgados por tráfico e associação ao tráfico de drogas. Eles foram presos em dezembro de 2016 e o caso chamou a atenção, principalmente, por envolver jovens da classe média alta da cidade. A Polícia Civil chegou aos envolvidos após interceptações telefônicas entre eles e usuários.
E foi justamente essas interceptações que o advogado Claudio Dslledonne Junior, que assumiu a defesa de Claudio Cantelli Junior e Rodolpho Scherner Neto tentou anular na Justiça. O criminalista, entre outras solicitações, pediu também a rejeição das denúncias, alegando que não há provas suficientes para a continuidade do processo. Os pedidos foram negados pela juíza Helênika Valente Souza Pinto. Segundo a magistrada, sem as interceptações telefônicas não seria possível chegar às provas, já que, tanto Cantelli Junior quanto Rodolpho são pessoas conhecidas na cidade, o que dificultaria denúncias espontâneas sobre a prática do tráfico de drogas.
A RSN entrou em contato com o escritório de Dalledonne Junior, em Curitiba, mas a informação recebida é de que ele estava em audiência.
RELEMBRE O CASO
A prisão de um traficante flagrado com cocaína em março de 2016, e um acordo de delação premiada, foi o embrião para a Operação Bala da Noite, deflagrada pela Polícia Civil, no dia 08 de dezembro do ano passado.
Durante a delação, o suspeito apontou os empresários Claudio Cantelli Junior e Rodolpho Scherner Neto como os líderes do tráfico de ecstasy na cidade. Junto com os jovens, a polícia apreendeu carros de modelos esportivos de alto valor e outros cinco veículos, além de dinheiro e drogas.
Segundo a Polícia Civil, o grupo era dividido em dois núcleos, liderados, por Cantelli Junior e Rodolpho Neto. Quando a operação foi concluída, o delegado adjunto da Polícia Civil, Alysson Souza, disse que nem sempre os dois agiam juntos nas compras das drogas que eram realizadas em Curitiba e Região Metropolitana.
“O delator nos informou que no início de 2016 eles teriam se unido para adquirir 700 comprimidos de ecstasy nessas regiões”, relatou. “A união desses dois líderes era esporádica. Não eram sócios definitivos. Isso, porém, já é suficiente para que eles respondam por associação criminosa".
De acordo com o Ministério Público e com a Civil, as drogas eram vendidas, principalmente, em festas de música eletrônica e em casas noturnas de Guarapuava. Pontos perto de escolas e universidades também contavam com a presença dos traficantes.