22/08/2023
Geral Paraná

Júri popular sobre morte de procurador de Chopinzinho será retomado nesta quinta (30)

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Matéria atualizada 20h17

Da Redação, com Assessoria 

Guarapuava – Guarapuava está sediando, desde a manhã desta quarta feira (29), um Júri Popular sobre o assassinato do Procurador de Chopinzinho, Algacir Teixeira de Lima, 51 anos, morto em março de 2015. Dois dos sete acusados de envolvimento na morte estão sendo julgados hoje, no Fórum Estadual, pelo crime de homicídio qualificado. Segundo a promotoria, o casal intermediou a contratação do assassino a mando do então prefeito, Leomar Bolzani (PSDB), e de um funcionário da prefeitura. 

Segundo o Tribunal de Justiça, Guarapuava foi escolhida para sediar o julgamento a pedido da acusação, que alegou necessidade de se garantir a imparcialidade do processo. Estão sendo julgados Elvi Aparecida Haag Ferreira, de 42 anos, e o marido dela, Nilton Ferreira, de 44 anos. Eles são acusados de ter contratado Darci Lopes de Aquino para matar o procurador de Chopinzinho.

Segundo a acusação, o crime foi encomendado pelo então prefeito Leomar Bolzani, preso no dia 22 de março e que atualmente cumpre prisão domiciliar. O ex-assessor Giovane Baldissera, conhecido como “Pardal”, também está entre os acusados.

Ainda de acordo com a acusação, Lima vinha fazendo denúncias de irregularidades na prefeitura que resultaram em processos contra Bolzani e Baldissera. Ambos chegaram a ter os bens bloqueados pela Justiça.

O CRIME

Algacir Teixeira de Lima foi morto em 16 de março de 2015, quando chegava em casa com as duas filhas pequenas. Nesta quarta feira (29), o presidente da Seccional do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), José Augusto de Noronha, está presente no Júri a fim de verificar se o crime foi cometido em razão do exercício da advocacia. O presidente da Subseção de Guarapuava da OAB, Marcos Carvalho, também está presente.

Alguns dias após o crime, Darci Lopes de Aquino e Elvi Ferreira confessaram a participação no crime e apontaram os mandantes. Em entrevista do G1, o advogado da família do procurador e assistente da promotoria na acusação disse que há provas desta versão do caso.

“Todas as provas produzidas e os elementos colhidos ainda na fase de investigação pela polícia foram confirmadas por outras provas técnicas como quebras de sigilos de dados. Tudo aquilo que foi apurado está devidamente comprovado de forma contundente. E, não há dúvidas da participação efetiva de todos os envolvidos”, comentou Ezequiel Fernandes.

Já o advogado de defesa, Delomar Godoi, afirma que vai contestar as gravações feitas pela polícia.

“No transcorrer desta primeira fase do Tribunal do Júri vieram fatos novos que caminham no sentido diverso do que diz o Ministério Público”.

Depois de uma audiência no Fórum de Chopinzinho, em julho de 2015, o homem que confessou ter assassinado Lima mudou a versão. Ele disse que assassinou o procurador não mais a mando do prefeito, mas por conta de uma dívida de R$ 2,5 mil. Naquela fase do processo, Elvi e o marido ficaram calados.

A previsão da promotoria é que o júri seguisse até a madruada, mas o julgamento foi suspenso e deve ser retomado nesta quinta feira (30). 

Cristina Esteche

Jornalista

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