Era por volta das 21h30 desta terça feira (05) quando a juíza da 1a Vara Criminal da Comarca de Guarapuava, Helênica Valente de Souza Pinto leu as sentenças de quatro dos sete réus acusados pela morte do ex-procurador de Chopinzinho Algacir Teixeira Lima. Ele foi assassinado em março de 2015. O co-autor foi o ex-prefeito Leomar Bolzani, em prisão domiciliar. Outros dois envolvidos já foram condenados.
O júri popular que levou ao tribunal os réus João Rosa do Nascimento, Jeferson Rosa do Nascimento, Darci Lopes Aquino (executor), e Geovane Baldissera , o “Pardal”, durou dois dias.
O Conselho de Sentença, composto por sete homens, deu a Geovane a pena maior. Coube a ele 20 anos de reclusão. Porém, de acordo com o advogado Tiago Xalão, um dos cinco que atuaram na defesa dos réus, a intenção é recorrer. “Vamos recorrer da aplicação de duas qualificadores: a promessa de remuneração, e impossibilidade de defesa da vítima. A defesa é caráter pessoal”. Geovane foi acusado de intermediar as negociações que culminaram no assassinato do ex-procurador que teve como mandante o ex-prefeito de Chopinzinho Leomar Bolzani. Ele cumpre o processo em prisão domiciliar.
A menor pena coube a Jeferson com 10 anos. Porém, ele está preso preventivamente há 2,8 anos. Restando o cumprimento de sete anos em regime semi-aberto. A sua participação no crime foi considerada de menor importância. Ele disse que apenas pegou uma carona com o seu irmão João da Rosa no noite do crime, não tendo participação direta no delito. João auxiliou na fuga do executor.
Tendo confessado que descarregou a arma contra a vítima, que morreu na frente de duas filhas pequenas, Darci Lopes Aquino foi condenado e vai responder pelo crime ficando preso por 16,6 anos em regime fechado.
Elvi Aparecida Haag Ferreira, a conselheira espiritual do ex-prefeito, conhecida como “macumbeira”, e seu esposo Nilton Ferreira, envolvidos no crime, já foram condenados a 15 anos de prisão cada um, pena que deverá ser cumprida inicialmente em regime fechado. O júri aconteceu em junho de 2016, também em Guarapuava. Resta agora o julgamento do ex-prefeito. Ainda não há data marcada para esse júri que também ocorrerá em Guarapuava.
Para o promotor Claudio Cortesia, o resultado foi satisfatório. “O inquérito policial foi muito bem feito e as penas foram aplicadas de forma primorosa levando em conta as participações e as circunstâncias judiciais de cada réu”.
Ao final do julgamento, a juíza Helênica agradeceu a cada participante, policiais, servidores judiciários, advogados. Aconselhou os condenados a ter uma conduta que os leve a aproveitar as oportunidades para a remissão da pena de cada um. Dirigiu-se também aos familiares dos condenados . À família da vítima a juíza pediu que o perdão supere o rancor. “Sou espírita e encaro o que acontece com cada réu como um carma, uma missão. Sei que nada vai trazer o familiar de volta, mas o perdão ajuda a superar a dor”.