22/08/2023

Kundun leva experiência para o Quilombo Sutil em Ponta Grossa

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A experiência que vem sendo vivenciada pelos integrantes do Kundun Balê – Quilombo Paiol de Telha, de Guarapuava, foi levada para a comunidade quilombola Sutil, em Ponta Grossa na manhã deste sábado (4).

A comunidade que possui 54 famílias quilombolas vive uma realidade semelhante a que é vivenciada pelo quilombo Paiol de Telha. Dissidência de lideranças, falta de apoio do município, falta de projetos de geração de renda, falta de transporte escolar para jovens que concluíram o segundo grau e que desejam ingressar na universidade, são algumas das semelhanças entre as comunidades quilombolas.

Durante a conversa com lideranças, crianças, adolescentes e jovens do Sutil, ficou evidente que o Kundun Balê faz a diferença em Guarapuava.

"Pelos quilombos que já passamos nas últimas semanas nenhum possui algum trabalho cultural. Nós estamos à frente e somos privilegiados. Se não temos apoio da administração municipal e de outros órgãos governamentais, não estamos esperando com os braços cruzados. Pelo contrário, fomos à luta, damos visibilidade à luta do nosso povo e ao nosso quilombo e agregamos conquistas", disse AnaKinilê Alves da Cruz, presidente do Instituto Afro Brasileiro Belmiro de Miranda, mãe da percussionista Maria Eduarda Akan e bailarina. "É isso que falta nas demais comunidades. Ainda não sabemos de alguma que tenha um trabalho de resgate cultural. Aqui eles nem sabem a sua história. Nós já fomos assim, mas hoje nossos adolescentes e jovens dão aula para professores, acadêmicos e outros que vão ao nosso quilombo para conhecer e fazer pesqusia científica sobre a metodologia do nosso educador (Orlado Silva) e do nosso trabalho", observa.

"Se você observar a comunidade do Sutil está bem melhor estruturada do que a nossa. Eles estão a 19 quilômetros da cidade num percurso totalmente asfaltado, tem um centro comunitário digno, carro à disposição da comunidade cedido pela Prefeitura. Nós não temos acesso a nada disso. Estamos a 30 quilômetros de Guarapuava e temos 7 quilômetros de estarad de chão e nenhum carro à nossa disposição. Tudo oq ue fazemos e conquistamos é às nossas custas, pelo nosso suor e pelo nosso trabalho", diz.

Em contrapartida, diz a líder quilombola, "temos o nosso maior tesouro que é o Kundun Balê, companhia premiada nacionalmente (I Prêmio Nacional de Expressoôes Culturais Afrobrasileiras), com patrocínio da Petrobras em parceria com o Ministério da Cultura/Fundação Palmares e realizado pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento (Cadon). "Esse prêmio elevou ainda mais a nossa auto-estima e a nossa confiança e o patrocínio da Petrobras está nos possibilitando valorizar ainda mais o nosso trabalho e o talento das nossas crianças. E é essa vivência que estamos passando para os quilombos onde estamos indo", diz.

Na noite deste sábado, os quilombolas do Sutil e sociedade de Ponta Grossa vão ver na prática a teoria exposta e debatida pelo Kundun na comunidade. O show Acorda Raça será às 20 horas no Cine Teatro Ópera. A entrada é gratuita e tem o apoio da Casa da Cultura de PG.

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Cristina Esteche

Jornalista

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