Ela nasceu na antiga ‘Vila dos Brasileiros’, no Distrito de Entre Rios, em Guarapuava. Laysa Carolina Machado. Historiadora, professora, a primeira mulher trans a assumir a direção de um colégio estadual no Paraná, Laysa vai muito além.
Após vários sucessos em curtas-metragens, atuações em séries e minisséries, documentários e outras atuações, ela agora dá um salto maior à carreira. Ela protagoniza a sequência do filme ‘Estômago’, longa premiado e sucesso da crítica e de público. “Esse filme está entre os 100 melhores longas nacionais.
De acordo com Laysa, ‘Estômago’ já levou quatro prêmios: melhor filme pelo público, melhor diretor, melhor ator e prêmio especial do júri. Na estreia europeia, mais sucesso: Lions Award no Festival Internacional de Rotterdam, na Holanda; e participação especial no Festival de Berlim de 2008, com direito a jantar inspirado nos pratos do filme.
Logo depois disso, o filme ainda angariou o prêmio de melhor filme no Festival de Punta del Este, no Uruguai. Atriz, diretora, produtora, escritora. Assim, a carreira teatral que começou em 1992, já que dava aulas de teatro no Colégio Assunção de Nossa Senhora em Guarapuava, evoluiu. Hoje ela encontra-se no elenco da segunda edição do filme.
A guarapuavana contracena com outros atores consagrados como João Miguel, Nicola Siri, Paulo Miklos, Guenia Lemos, Marco Zenni. Os italianos Violante Placido, Guido Beranek, Marisa Laurito e Giorgio Gobbi compõem o elenco. “O longa foi filmado no Brasil e na Itália e possui diálogos nos dois idiomas”.
Portanto, a lista de sucesso da atriz guarapuavana é longa. São filmes que passam na Netflix, Globoplay, Canal Brasil, Amazon Prime e nos cinemas. E ‘Estômago 2’ ainda vai estrear e Laysa vai estar no papel de ‘Patrícia’, integrante de uma facção, junto com Paulo Miklos e outros renomados atores.
E se esse filme traz uma fábula nada infantil sobre poder, sexo e culinária, como definiu o diretor Marcos Jorge, de Curitiba, é na arte, na educação que Laysa busca o espaço de poder como mulher trans. Conforme ela disse ao Portal RSN, a luta é muito difícil.
Uma mulher trans já nasce cancelada, é artisticamente natimorta, logo que uma mana travesti ou trans faz sucesso solta as mãos das outras que ainda não fizeram. Se Conceição Esvaristo só foi reconhecida aos 70 pela sua literatura, uma atriz trans 50, mais talvez, leve uns 120 anos para o dito reconhecimento.
De acordo com estatísticas, o Brasil é o país que mais mata pessoa trans. A cada três dias uma pessoa é assassinada. Conforme levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais houve aumento de mortes em 2023.
Se não conseguem matar com tiros, pauladas ou facadas, matarão invisibilizando as que chegam em espaços de poder.
Segundo a pesquisa da Associação, o estado que mais registrou assassinatos de pessoas trans em 2023 foi São Paulo, com 19 casos. Contudo, Rio de Janeiro e Paraná se destacam entre os que tiveram maior aumento de mortes desde 2022.
Em ambos, o número de assassinatos dobrou de um ano para o outro. Já no Paraná, os homicídios de pessoas trans passaram de seis para 12 no período 2022-2023.
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