* Por Rogério Thomas
O teólogo, ambientalista e escritor Leonardo Boff foi enfático ao afirmar na tarde desta terça feira (18) a um grupo de jornalistas de Guarapuava que “o mundo passa por um momento critico. Ou mudamos, ou morremos”. Na avaliação de Boff, o Planeta Terra não tem mais condições de suportar as agressões realizadas pelo ser humano. “No último dia 13 de agosto o Mundo chegou ao seu limite. Não tem mais como expandir a produção. Estudos apontam que 83% da terra está ocupada e sendo produzida, os outros 17% são áreas improdutivas, como montanhas, desertos e oceanos. E, ainda, 723 pessoas em todo o mundo são responsáveis por 84% do que é produzido no planeta. Se nada for feito, em 15 anos vamos ter cada vez mais eventos cataclísmicos, assim como já estamos vivendo, como enchentes, furacões e secas”, afirmou.
Para Leonardo Boff, o ser humano precisa passar por uma experiência de choque para que entenda definitivamente que a Terra é um ser vivo e que sobrevive sem a presença dele (ser humano). “Por séculos a Terra foi considerada um baú com riquezas infinitas. Agora, o momento é de uma ampla discussão conjunta entre pesquisadores, governos e a população, pois se nada for feito o planeta passará por um processo de renovação e não sabemos qual o resultado disso para o ser humano e para a vida como um todo sobre a Terra”.
Com relação à economia do planeta, Boff prevê que em cerca de 10 anos a economia vai girar em torno dos países que são ecologicamente sustentáveis. “Em 22 de abril de 2009 a ONU (Organização das Nações Unidas) considerou a Terra como a “Mãe Terra”. Quer dizer que ela cuida do ser humano, que é responsável por toda a vida sobre ela. Cabe a todos a obrigação de zelar e cuidar por esse patrimônio. Tenho esperanças que o ser humano possa fazer uma virada e a realidade que hoje se apresenta nebulosa seja outra num período curto. O caminho mais curto para isso é levar a população a uma experiência de choque, levar as pessoas para conhecer o que a natureza faz quando devasta uma área, ou levá-los às áreas devastadas pelo ser humano. Essa experiência de choque é fundamental para que a realidade seja mudada urgentemente”.
Na avaliação do ambientalista, para que essa mudança ocorre efetivamente, é preciso montar uma estratégia mundial. “O mundo está acordando para essa dura realidade. E somente uma ação mundial conjunta pode contribuir para que a Terra seja recuperada e haja esperança para a vida sobre ela”.