22/08/2023
Em Alta Guarapuava Segurança

Líder religioso de Guarapuava é condenado a 28 anos por estupro

Mãe e vítima entraram em contato com o Portal RSN. A jovem disse que quer a prisão do agressor. Ele entrou com recurso para redução da pena

Foto ilustrativa/ Freepik

Um caso de abuso sexual em Guarapuava envolve um homem de 62 anos condenado pela Justiça por estuprar a própria sobrinha por cerca de seis anos seguidos. A violência começou quando ela tinha 10 anos e seguiu até os 16 anos de idade. De acordo com a mãe da vítima, ele foi condenado a 28 anos de reclusão, mas recorreu em busca de redução da pena. Portanto, encontra-se em liberdade. A vítima, hoje com 21 anos, disse ao Portal RSN que deseja ver o agressor preso.

O caso expõe a vulnerabilidade das vítimas em ambientes de confiança. A mãe da vítima, cunhada do agressor, e a própria vítima, hoje com 21 anos, em contato com o Portal RSN, revelaram a dor da traição. A mãe conta que viveu com o agressor e a esposa dele, que é irmã dela, desde os oito anos de idade. “Ele era uma pessoa muito próxima a mim.” Após um casamento desfeito, conforme a mulher disse, ela voltou a morar na casa da irmã e do cunhado, levando a filha junto.

Eu não sabia que desde os 10 até os 16 anos ela vinha sendo abusada por esse homem, tio dela, casado com minha irmã. A gente no dia a dia não percebe as reações de irritação dos filhos.

De acordo com a mãe, um dia a filha decidiu morar com o pai dela em Fortaleza. “Lá, meu ex-marido percebeu que ela estava com problemas psicológicos e ela começou a fazer terapia”. Um dia, continua a mulher, numa conversa em chamada de vídeo, a jovem contou o drama. “Imediatamente, a trouxe pra cidade onde moro em Santa Catarina e fizemos uma denúncia. Ela me disse que nunca contou por medo e vergonha”. Nessa época, segundo a mulher, eles ainda moravam em Guarapuava. “E lá ele abusou da minha filha por várias vezes. Também fazia lives na pandemia, entrado na casa das famílias, e rezava o terço às 18h.

Print da Condenação enviada pela mãe e pela vítima

De acordo com a mulher, a denúncia foi feita em 2020. Em 2022 houve o processo e as audiências; em 2023 veio a condenação. “Nunca me pronunciei antes porque o processo estava em segredo de justiça, mas hoje estou falando porque pode haver outras vítimas.” Ela disse também que o agressor fazia sessões de cura e libertação atendendo, principalmente, vítimas de abusos sexuais.

Como esse líder religioso pode fazer isso se foi ele quem causou o trauma e o desespero que sofremos até hoje? Minha filha tem crises. É um trauma que não tem cura.

Hoje, a jovem cursa psicologia para entender o caso dela. A revolta dela e da mãe é evidente em cada frase proferida.

Como um homem que está tão perto de Deus, como ele diz, que prega a moralidade, abusou da minha filha? Esse homem é um monstro precisa ficar preso. Mesmo porque ele e a esposa continuam pregando em igrejas de Florianópolis para onde se mudaram após a condenação.

O Portal RSN contatou a liderança do movimento ao qual ele fazia parte em Guarapuava. A assessoria de comunicação informou que a liderança estranhou o fato de o casal ter deixado Guarapuava “de repente”. Disse também que só tomou conhecimento da condenação um dia antes do contato da reportagem.

A RSN também tentou contato com o casal. Sem êxito, no entanto. O advogado não quis se manifestar, antes da publicação da matéria, afirmando apenas que a condenação não é definitiva e que irá tomar todas as medidas para garantir os direitos das pessoas envolvidas.

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Cristina Esteche

Jornalista

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