22/08/2023

Livros que viraram filmes

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Cinema e literatura bebem diretamente da mesma fonte, sendo natural que muitas vezes se entrelacem. O que acontece é que alguns ganham vida nas telas porque é como se a gente já tivesse visto o filme na cabeça, enquanto lia o livro. Em outras vezes, o resultado não funciona, seja por quebras na linguagem ou pela exagerada pretensão do diretor.

Tenho sentido a expectativa geral em torno dos filmes feitos para A Culpa é das Estrelas, do John Green e A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak. Li ambos e estou curiosa a respeito dos filmes. São dois livros de uma categoria de que ouvi falar apenas recentemente: literatura 'young adults' ou jovens adultos, no bom português. De enredo simples e relativamente curto, costumam ter personagens adolescentes e são destinados unicamente a entreter: é recomendável ter alguns livros assim à mão para leituras fluidas e rápidas [são aqueles livros bons para as férias, sabe?]. Em A Culpa é das Estrelas, um casal de adolescentes de maturidade e desenvoltura impressionantes [são escritos por adultos tentando lembrar-se como é ser adolescente, afinal] vive uma história de amor com tempo marcado para acabar. Não me satisfaz enquanto literatura, mas é fofo, tocante, cheio de humor ácido-irônico e os personagens [Hazel & Augustus] super valem a pena.

A Menina que Roubava Livros me segurou por mais tempo. Comecei a lê-lo várias vezes até vencer a estranheza inicial. Cada livro tem seu tempo: a partir do momento que a leitura engrenou, passeei pelas páginas até o fim.

Vários ingredientes o tornam apetitoso: é comovente, trata de um período histórico que tememos esquecer e por isso sempre nos lembramos: o cenário é a Alemanha nazista, onde uma família [a dA Menina] tenta viver dentro de pequenos princípios próprios – mas que podem custar suas vidas. Trata mais do amor que floresce entre os escombros, colorindo uma vida cinza sobre branca neve do que de nazismo em si.

Mas você não vai lembrar de nada disso quando eu lhe contar que quem narra a história é a Morte. A própria, aquela conhecida como A Indesejável das Gentes. E, como ela teve bastante trabalho naqueles tempos e, se decidiu contar a história de Liesel Meminger, eu resolvi parar e escutar.

Você costuma gostar do resultado de adaptações de livros para o cinema?

Conte-me tudo 😉

PS1: Meu filme favorito foi baseado em um livro! O Poderoso Chefão, dirigido por Francis Ford Coppola, é cria do livro O Chefão, de Mario Puzzo. O livro é bom e a escrita vigorosa de Puzzo nos faz conhecer melhor alguns personagens [de Luca Brasi, por exemplo, ficamos sabendo que era o único homem de quem Don Corleone tinha medo!] mas o filme… Coppola transformou um bom livro em uma obra-prima, eis o que tenho a dizer.

PS2: por falar em filme, é a música de um classicão que não me sai da cabeça há dias: http://www.youtube.com/watch?v=wxMeu34o_jQ

'you must remember this: a kiss is still a kiss'

kiss

 

Cristina Esteche

Jornalista

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