22/08/2023
Agronegócio Guarapuava

Lodo vira adubo em propriedades rurais de Guarapuava e Região

Lodo resulta do processo do tratamento de esgoto da Sanepar

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Carregamento de lodo sendo transportado para uma propriedade (Foto: Ascom/Sanepar)

O lodo que sai do processo de tratamento de esgoto está virando adubo em propriedades rurais de Guarapuava. A entrega faz parte do Programa de Uso Agrícola do Lodo de Esgoto da Sanepar.

De acordo com o Escritório Regional de Guarapuava, a produção sai das 12 estações de tratamento de esgoto da Sanepar, na Região de Guarapuava. Entretanto, antes de ser entregue ao agricultor, é encaminhada para uma das cinco unidades de gerenciamento de lodo.

Conforme informou a Sanepar, o processo de transformação em adubo agrícola é complexo. Afinal, a legislação não permite que o produto seja retirado das estações de tratamento e aplicado diretamente no solo.

“Inicialmente, o lodo precisa ser desaguado, para redução do volume. Depois é higienizado com a adição cal, numa mistura entre 30% e 50%. Em seguida é estabilizado e armazenado, em lotes. Esse processo dura em média seis meses”.

O engenheiro agrônomo da Sanepar, Rebert Skalisz, explica que esse período é estabelecido para seguir o calendário de plantio da Região. Assim como para atender a necessidade dos agricultores pré-cadastrados.

Além disso, a legislação determina, também, que sejam feitas análises químicas, sanitárias e de potencial agronômico. Isso para atestar a qualidade do produto. Estas análises são feitas em laboratórios contratados pela Sanepar.

Lodo sendo descarregado (Foto: Ascom/Sanepar)

SOLO MAIS FÉRTIL

A Sanepar é responsável pelo transporte e distribuição do lodo. Além de dar destino ambientalmente correto para o lodo, a empresa beneficia os agricultores com um produto rico em minerais, e sem custo. A única despesa do agricultor é com a incorporação do lodo no solo. Em Guarapuava, a distribuição é feita duas vezes por ano.

Conforme a Sanepar, essas análises comprovam que o lodo apresenta bom desempenho nas culturas de trigo, soja, feijão, milho e no reflorestamento. “Os próprios produtores asseguram que, além de ser um insumo gratuito, o lodo de esgoto aumentou significativamente a produtividade de suas lavouras.

De acordo com o agrônomo Rebert Skalisz, um agricultor de Pitanga, por exemplo, utilizou o lodo em 20 dos 45 alqueires de soja que tinha. “Onde não aplicou lodo colheu 140 sacos por alqueire e onde aplicou, foram 160 sacos por alqueire”.

Lodo para ser espalhado no solo (Foto: Ascom/Sanepar)

PROCESSO MONITORADO

A Sanepar faz o acompanhamento dos processos que envolvem o lodo desde o início: da preparação para que se enquadre à legislação ambiental, da aprovação das áreas onde será aplicado até a entrega do material. O lodo só é liberado para uso agrícola após todas as análises atestarem suas condições de uso dentro dos padrões da legislação.

Conforme informou a Sanepar, após a incorporação do lodo no solo, a empresa continua visitando e monitorando as propriedades dos agricultores. Todo o processo, para cada lote de lodo e cada propriedade onde é aplicado, é registrado em fotos e relatórios. Anualmente, são enviados relatórios sobre a destinação agrícola do lodo ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que é o órgão fiscalizador.

Cristina Esteche

Jornalista

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