22/08/2023


Guarapuava Segurança

“Luis Felipe Manvailer será absolvido”, afirma defesa

"Ela era uma chantagista emocional, fez isso com o pai e depois com Luis Felipe. Ficou ali fingindo que ia se jogar, e uma hora, infelizmente o acidente aconteceu", diz advogado

Dalledone - Julgamento Manvailer

Advogados de defesa de Manvailer (Foto: Cristina Esteche/RSN)

*Matéria atualizada para inclusão de informação 14h39

O segundo dia do julgamento de Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a advogada Tatiane Spitzner em 22 de julho de 2018, teve uma fala incisiva de um dos advogados que defendem o réu preso. Antes de entrar no salão do júri, ele concedeu uma entrevista aos profissionais de imprensa e afirmou que “Luis Felipe Manvailer será absolvido”.

Ainda durante a entrevista, o advogado afirmou que Tatiane “era uma chantagista emocional, fez isso com o pai e depois com Luis Felipe. ‘Me dá acesso ao celular, se não você vai ver’. Ficou ali fingindo que ia se jogar, e uma hora, infelizmente o acidente aconteceu. Desesperada, alcoolizada, chorando. E dentro disso, esta tragédia ocorreu”.

Além disso, esteve na pauta da entrevista o transporte do corpo de Tatiane. O advogado afirmou que o trajeto foi clandestino. Ele ainda questionou o trabalho da imprensa em cima da movimentação do corpo. “Se o Luis Felipe carregou o corpo, há toda uma movimentação sobre isso. Mas o corpo que foi pego pelo auxiliar de necropsia da funerária e levado para o IML – onde foi construída uma fraude – [porque aquilo é uma falsa perícia], não há destaque”.

Ainda sobre o trabalho dos profissionais da imprensa, ele afirmou que a ficar do lado da vítima é mais cômodo. “Mas, existem duas vítimas nesta história, a Tatiane vítima da própria inconsistência e falta de um tratamento adequado. E o Luis Felipe com essa fraude, com essa falsa perícia. Luis Felipe vai ser absolvido e nós vamos reverter essa situação”.

ACUSAÇÃO

A expectativa da família de Tatiane Spitzner, representada pelo advogado Gustavo Scandelari, da Dotti e Advogados, é de uma condenação com pena alta.

“A expectativa da família é a mesma, ou seja, de um veredicto condenatório pelos cidadãos guarapuavanos é de que a pena que irá ser aplicada pelo juiz seja proporcional à gravidade dos fatos, ou seja, uma pena alta. Não tem como ser diferente disso. Estamos torcendo para que dessa vez, finalmente, o júri saia, após três adiamentos, e que nada ocorra para que seja adiado”.

PRIMEIRAS HORAS DO SEGUNDO DIA

Manvailer chegou ao Fórum de Guarapuava por volta de 8h40. Assim, antes de começar o primeiro depoimento, o Ministério Público pediu a palavra e afirmou que a defesa se alongou muito ontem (4) com perguntas e exibição de documentos sem relevância. A defesa disse que tudo ocorreu de forma pertinente. Além disso, afirmou que a defesa se penitenciou após alerta do juiz.

O primeiro depoimento desta quinta (5) foi de José Ivo Aguiar, marido da médica Camila Gibran Matos Daher de Aguiar, segunda testemunha ouvida ontem (4). Dessa forma, ele negou ter ouvido gritos de Manvailer e disse que viu Tatiane na sacada. Porém, ela estava debruçada apoiada sobre os braços, com os pés no chão. A testemunha afirmou que a advogada não estava pendurada na sacada.

Além disso, ele afirmou que ele e a mulher decidiram chamar a polícia. A testemunha não conseguiu precisar o tempo em que o corpo demorou para cair. Contudo afirmou que demorou alguns minutos. Neste período, ele tentou ligar sete vezes para o 190. Assim, José Ivo disse que viu Luis Felipe carregando o corpo da mulher.

Ademais, o Ministério Público mostra um interrogatório de Manvailer, em que o acusado diz que testemunhas acabaram atingidas pela influência de Jorge Spitzner, pai de Tatiane. Ele negou o fato e disse que não conhece Jorge Spitzner. Por fim, esta é a primeira testemunha a depor hoje (5) e o depoimento foi encerrado por volta de 11h45, quando jurados puderam fazer perguntas por escrito.

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Cristina Esteche

Jornalista

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