22/08/2023
Brasil Política

Lula diz que foi a maior vítima jurídica da história do país em 500 anos

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, anulou na segunda (8), todas as condenações contra o ex-presidente Lula

Lula diz que foi a maior vítima jurídica da história do país em 500 anos (Foto: Reprodução/G1)

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, disse nessa quarta (10), que foi a maior vítima jurídica da história do país em 500 anos. Isso ocorreu, após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular as condenações na Lava Jato por entender que a 13ª Vara de Curitiba não tinha competência para analisar os casos.

Antes de eu ir [para a prisão], nós tínhamos escrito um livro, e eu fui a pessoa que deu a palavra final no título do livro que é ‘A verdade vencerá’. Eu tinha tanta confiança e tanta consciência do que estava acontecendo no Brasil que eu tinha certeza que esse dia chegaria, e ele chegou.

Durante um discurso que durou mais de uma hora, o ex-presidente disse ter razão para ter “muitas e profundas mágoas”. Mas que que não as tem, e relacionou o caso ao sofrimento da população mais pobre durante a pandemia.

Se tem um brasileiro que tem razão de ter muitas e profundas mágoas sou eu, mas não tenho. Sinceramente eu não tenho porque o sofrimento que o povo brasileiro tá passando, o sofrimento que as pessoas pobres estão passando neste país é infinitamente maior do que qualquer crime que cometeram contra mim.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, declarou na segunda (8) que anulava todas as condenações do ex-presidente pela Justiça Federal no Paraná relacionadas à Operação Lava Jato. Desse modo, o ex-presidente Lula recuperou os direitos políticos e voltou a ser elegível. Além disso, Fachin aceitou o argumento da defesa.

O argumento informava que essas denúncias não estariam diretamente ligadas a desvios na Petrobras. E desse modo, determinou o envio dos processos para a Justiça Federal do Distrito Federal. Conforme o Portal G1, Lula agradeceu a Fachin e disse que a decisão do ministro reconheceu que nunca houve crime cometido contra ele ou envolvimento dele com a Petrobras. No entanto, a decisão do ministro está apenas como processual: ele avaliou quem tinha competência para analisar o tipo de denúncia proposta, sem entrar no mérito.

O processo vai continuar, tudo bem, eu já fui absolvido de todos os processos fora de Curitiba. Entretanto, nós vamos continuar brigando para que o Moro esteja considerado como suspeito. Isso porque ele não tem o direito de se transformar no maior mentiroso da história do Brasil e ser considerado herói por aqueles que queriam me culpar. Deus de barro não dura muito tempo.

Em uma segunda decisão, Edson Fachin, extinguiu 14 processos que questionavam se Sergio Moro, então juiz, estava agindo com parcialidade ao condenar Lula. Já a segunda turma do Supremo analisou novamente a questão ontem (9) e ainda não tirou conclusões.

Lula entrou em contato com a força-tarefa da Lava Jato chamada de ‘quadrilha’. Ele disse que havia uma obsessão por condená-lo, pela vontade de criar um novo partido. O G1 também afirmou que o ex-presidente prestou solidariedade às famílias que perderam pessoas para a covid-19 e aos que estão desempregados.

BOLSONARO E COVID-19

Lula afirmou que o presidente Jair Bolsonaro é um ‘fanfarrão’ e criticou a forma como ele está conduzindo o país. Também disse que o Brasil não tem governo e que a população precisa de emprego e não de armas. Ele defendeu a vacinação e as medidas de isolamento social.

Eu vou tomar minha vacina e quero fazer propaganda pro povo brasileiro: não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde. Tome vacina. Tome vacina porque a vacina é uma das coisas que pode livrar você do covid-19. Mas mesmo tomando vacina, não ache que você possa tomar a vacina e já tirar a camisa, ir pro boteco, pedir uma cerveja gelada e ficar conversando, não! Você precisa continuar fazendo o isolamento, e você precisa continuar usando máscara e utilizando álcool em gel.

O ex-presidente também defendeu o Auxílio Emergencial e criticou a paridade de preços dos combustíveis do Brasil com o mercado internacional. Bolsonaro tem reclamado dos reajustes aplicados pela Petrobras e interferiu na companhia ao indicar um novo presidente.

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Antunes

Jornalista

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