Uma avaliação realizada pelo Barômetro Político Estadão-Ipsos de maio, mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua, não apenas liderando, mas aumentando o índice de aprovação por parte do eleitorado brasileiro. Mesmo condenado e preso, Lula subiu dos 42% registrados em abril para 45%.
“Lula deixou o governo com aprovação alta e a memória afetiva de quem votou nele permaneceu positiva. Isso reflete não somente a força da imagem de Lula, mas também o vácuo de lideranças dentro e fora do PT”, avalia Danilo Cersosimo, Diretor de Ipsos Public Affairs.
O Barômetro Político Estadão-Ipsos integra o estudo mensal sobre os principais temas que afetam a opinião pública, o Pulso Brasil da Ipsos. Nesta última edição, a Ipsos entrevistou presencialmente 1.200 pessoas em 72 municípios, entre 1.º e 16 de maio A margem de erro é de três pontos percentuais
De acordo com a avaliação, o juiz Sérgio Moro foi o segundo com 40%, seguido pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (37%). Barbosa, porém, desistiu da candidatura à presidência no início de maio. A ex-ministra Marina Silva (Rede) aparece com 30% de aprovação, a ministra do STF Carmen Lúcia com 25% e o deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) com 23%.
O estudo mostra também que entre os pré-candidatos, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) possuem aprovação de 17%. O ex-prefeito João Dória (PSDB) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso são os últimos da lista de 21 nomes que possuem índice de aprovação com dois dígitos: 14% e 13%, respectivamente.
Segundo Cersosimo, os brasileiros não encontram políticos que personifiquem ou que conheçam as dificuldades enfrentadas pela população. “O desencanto com os rumos do país e a falta de confiança nas instituições aumentam a carência por lideranças que realmente entendam os problemas do povo”.
A popularidade do presidente Michel Temer (PMDB) continua em baixa. Nove em cada dez brasileiros (92%) desaprovam a maneira como ele vem atuando pelo país. Na última pesquisa, o percentual foi de 94%. Completam o ranking dos cinco com maior índice de desaprovação: Fernando Collor (81%), Gilmar Mendes (73%), Geraldo Alckmin (69%), FHC (67%) e Ciro Gomes (65%).
Outros presidenciáveis também possuem rejeição, mas em índices bem menores quando comparados com os nomes citados acima. Guilherme Boulos (PSOL) teve o menor índice de rejeição, com 44%, e 2% de aprovação. A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) registrou 46% de desaprovação e 4% de aprovação. Alvaro Dias (Podemos) tem rejeição de 49% e aprovação de 8%. Lula tem rejeição de 52% e Bolsonaro de 60%.
“Os índices de desaprovação mostram a insatisfação geral com o sistema, partidos e políticos, em que o eleitor irá às urnas com sentimento de desencanto e resignação quanto às opções disponíveis”, ressalta Cersosimo.