Familiares e amigos da jovem Regiane Barreto Machowiski, 18 anos, assassinada por policiais militares no dia 22 de outubro de 2011 iniciaram nesta quinta-feira (10) a organização de uma passeata pedindo justiça. De acordo com Naura Lucia Barreto, mãe de Regiane, disse à RSN que ela e um grupo de amigas suas e de Regiane estão indo de casa em casa no Bairro Santana, onde moram, pedindo a adesão ao protesto que acontecerá na segunda-feira (28). A saída será da Rua Rosa Laura Siqueira, perto da Igreja Santana.
“Vamos sair da minha casa entre 13h30 e 14 horas e vamos até a Praça 9 de Dezembro numa passeata pacífica, sem tumulto. Apenas queremos pedir justiça”, diz mãe. Faixas e cartazes estão sendo preparados. “Apenas queremos que a morte da minha filha não caia no esquecimento”, afirma Naura.
O CASO
Regiane estava grávida de cinco meses e foi morta com um tiro na cabeça. Ela e o esposo Jonatan Barbosa Ribeiro, 20 anos, tinham acabado de deixar Naura em casa e saíram para ir fazer um lanche. O crime aconteceu às 22h20 de sábado (22) quando a equipe policial realizava patrulhamento de rotina no Bairro Santana em Guarapuava. Segundo o relato da PM, os policiais viram veículo em atitude suspeita e ao ver a viatura o motorista fugiu, mas foi perseguido pela equipe por várias ruas do bairro Santana. No cruzamento entre a Rua Pitangueiras com a Rua Coqueiros, Jonatan, segundo a polícia, perdeu o controle do veiculo e quase bateu na grade de uma residência. Quando os policiais perceberam que o motorista não teria mais como continuar fugindo três desceram da viatura.
“ O condutor realizou uma manobra brusca marcha à ré, com o intuito de atropelar os policiais. Neste instante os policiais efetuaram disparos contra o pneu do veículo”, diz a PM. De acordo com a Polícia Militar, após a tentativa frustrada de atropelar os policiais Jonatan apontou uma arma de fogo em direção à equipe. Um dos policiais viu a arma e atirou furando pneus do veículo. O motorista foi detido e quando a equipe foi vistoriar o carro viu que havia uma passageira. Equipes do Siate e do Samu foram chamadas, mas Regiane já tinha morrido.
A polícia diz que dentro do veículo foi encontrado um revólver calibre 38 com cinco munições intactas, uma deflagrada e numeração raspada. Jonatan contesta as informações da polícia e diz que não possuía arma, apenas estava sem habilitação.
De acordo com o 1º. Tenente Juliano Borges, da assessoria de Comunicação Social da PM, três armas foram recolhidas pela Polícia Militar e encaminhadas para a perícia para saber de qual delas foi efetuado o disparo que matou a jovem. Os três policiais envolvidos no caso foram encaminhados para avaliação psicológica.
Matéria relacionada
Grávida morre em confronto com a polícia. PM e família dão versões diferentes