Cristina Esteche
Há quase um ano a família de Lucas Dolinski, 19 anos, sofre com a sua ausência. Há um ano a mãe Arilda ameniza a dor da perda do filho correndo atrás de justiça. “Eles [Firmeza] mexeram com quem não devia porque não vou sossegar enquanto não ver o assassino do meu filho na cadeia”.
Lucas trabalha na Cooperativa Agrária no turno da madrugada. : O dinheiro que ele ganhava era para comprar roupas, tênis, as coisas que ele gostava. Por isso, andava com roupas de marca”. Segundo Arilda, o filho não tinha desavenças, mas vinha sendo ameaçado pela turma dos Firmeza. “Meu filho ficava esperando o ônibus da Agrária aqui na frente de casa com a namorada. No dia em que ele foi atirado, eu e meu marido estávamos sentados assistindo televisão. O Lucas entrou pediu um cigarro e eu pedi que ele ficasse ali, mas ele quis conversar a namorada em frente da casa. Uns amigos dele estavam conversando debaixo da luz do poste, um pouco à frente, diz Arilda, que é dona de uma panificadora no Xarquinho, bairro onde reside há 40 anos.
“Logo depois que o Lucas saiu da sala meu marido viu dois subirem de bicicleta e saiu correndo. Um dos amigos de Lucas mandou meu filho correr, mas ele foi atirado pelas costas e atingido nos pulmões. Ele morreu”.
Para abafar a dor pela morte do filho Arilda não se cansa de auxiliar nas investigações da polícia. “A gente ficava monitorando o Facebook, eu pegava táxi e ia atrás do que era preciso. Até que o Eliel Peres, o Índio, foi preso em Bituruna. O Isac Mirabel, que estava junto, se mudou”.
Para Arilda a prisão de Índio não ameniza a dor que sente. “Eu sei que meu filho não volta mais, mas eu fiz justiça e ganhei dos Firmeza. Reconheço que a Polícia Civil foi muito competente, mas eu também fiz a minha parte e se todas as mães que perdem filhos para a viol6encia fizessem a sua parte não estariam chorando por aí”
A preocupação de Arilda agora é encarar os homicidas no dia 7 de março durante audiência.