22/08/2023

Mães do Kundun fazem sucesso no palco

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O que está chamando a  atenção na re-leitura do espetáculo  Acorda Raça que será mostrado na noite desta segunda-feira, às 20 horasm na Unicentro,  é a participação de mães de bailarinos e percussionistas do Kundun Balê no palco. São mulheres com idade entre 30 e 45 anos que trabalham na roça, ordenham, cuidam de casa e que agora se transformaram em bailarinas superando o preconceito, suas próprias limitações, reafirmando o amor à negritude e, principalmente, elevando a auto-estima. Assim como seus filhos, as “Mulheres do Paiol” como estão sendo chamadas, nunca imaginaram pisar num palco como artistas. Ana Maria Alves da Cruz, a Kinilê (nome cultural) é mãe de Eduarda (Akan), a primeira percussionista do Kundun que hoje toca para a mãe dançar. “Quando o Kundun começou em setembro de 2006 pelo Korin (aquele que ensina) a gente começou a ajudar e quando ele nos desafiou a dançar, inicialmente, ficamos inseguras, mas depois vimos que não existe limite quando se quer,alguma coisa”, afirma Ana Kinilê.
Tereza dos Santos fez o caminho inverso da filha Aisha, hoje casada e fora do Kundun. “Eu sempre ia assistir a minha filha dançar e hoje é ela que vai aos shows para me aplaudir. Me sinto muito bem. Já emagreci, arrumei os dentes, me sinto mais bonita e mais feliz”, comenta a quilombola.
Jaíra Lima e Rosa Camargo da Cruz foram atraídas pelos filhos. “Eu tenho três filhos no Kundun. No começo não aprovava muito esse trabalho, mas agora eu e meu marido somos Kundun e sou uma bailarina”, diz Jaíra. “Eu sempre fui Kundun desde o começo, mas nunca me imaginei dançando e agora estou aqui, fazendo sucesso por aí afora”, comemora Rosa.
Maria da Luz dos Santos, ao contrário das demais, não possui filhos ou netos na companhia quilombola. Era evangélica, mas ao conhecer o trabalho jogou tudo paro alto e pediu para entrar na companhia. “No começo a gente só cozinhava para os visitantes que vão na nossa comunidade para conhecer o Kundun e hoje somos artistas premiadas”, diz.

O Acorda Raça venceu o I Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras patrocinado pela Petrobras em parceria com o MInistério da Cultura/Fundação Palmares, realizado pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento (Cadon) com apoio cultural da Rede Sul de Notícias, Secretaria de Estado da Ciência tecnologia e Ensino Superior (Seti), Fundação Rureco e Unicentro.

SERVIÇO: A entrada é gratuita.

Cristina Esteche

Jornalista

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