Um grupo de mulheres de Guarapuava que está em fase de amamentação, reivindica a vacina contra a covid-19. De acordo com a criadora do grupo, Gabriella Driessen, 103 mulheres nesta condição pedem a vacina. Entretanto, a Secretaria de Saúde informou que uma determinação do Estado não prevê o grupo como prioritário.
A organizadora explicou que as participantes estão “unidas para juntarmos força e voz para reivindicarmos a vacina contra a covid-19 para nós. Entrei em contato com a “Guarapuava Imunizada” e tive a infeliz resposta que o departamento epidemiológico não nos considera “aptas” aos grupos prioritários”.
De acordo com as informações, a justificativa seria de que não há estudos que comprovem que mães lactantes sejam mais suscetíveis às complicações da doença. Porém, Gabriela discorda. Ela destacou uma pesquisa feita pelo Estadão, com base em dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe), que mostram que o Brasil é o segundo país com mais mortes de crianças com idades entre 0 e 9 anos.
PROTEÇÃO
De acordo com Gabriela, o leite da mãe imunizada ajuda a proteger a criança. Além disso, o grupo se baseia em uma recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio dos Departamentos Científicos de que o grupo seja imunizado. Desse modo, explica que as duas vacinas utilizadas até o momento no Brasil, Coronavac (Sinovac/Butantan) e AstraZeneca/Oxford/Bio-Manguinhos, são consideradas conceitualmente vacinas inativadas.
E que, o principal documento nacional, que define as ações vacinais do Sistema Único de Saúde (SUS), orienta a vacinação de gestantes e lactantes com precaução, caso a mulher e o médico decidam, de forma compartilhada, pela aplicação. No documento, a SBP destaca o benefício da vacinação da gestante ou lactante, que é oferecer a proteção destas mulheres contra a covid-19. Assim, diminuindo, portanto, o risco teórico de transmissão da infecção aos filhos destas mães vacinadas.
SAÚDE
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Guarapuava informou que o plano estadual não tem previsão para vacinação de lactantes. O plano nacional recomenda a vacinação daqueles que fazem parte dos grupos de risco.
O assunto está sendo discutido na Câmara dos Deputados para se chegar a um consenso. No entanto, não há nada definido nesse sentido. Por fim, a Secretaria Estadual de Saúde informou que o grupo deve ser imunizado juntamente com a população geral, por faixa etária.
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