22/08/2023


Brasil Cotidiano Saúde

Maioria das mortes por tumores no Brasil atinge pessoas de baixa renda

Cerca de 55% das pessoas que morreram tinham até 7 anos de estudo. Mais escolaridade e recomendações de saúde podem melhorar quadro

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Cerca de 55% das pessoas que morreram tinham até 7 anos de estudo. Mais escolaridade e recomendações de saúde podem melhorar quadro (Foto: Reprodução/Agência Brasil)

Mais da metade das mortes por tumores no Brasil (55%) ocorre entre pessoas com baixa escolaridade e baixa renda. O Observatório de Atenção Primária da Umane revelou o dado com base no último levantamento do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde de 2020. O Dia Mundial de Combate ao Câncer celebrado neste sábado (4), reforça a prevenção e conscientização.

De acordo com os dados do SIM, das 229.300 pessoas que morreram por tumores (malignos ou benignos) no Brasil em 2020, 126.555 (55%) tinham até sete anos de estudo. Já 20% tinham entre oito e 11 anos de escolaridade e 9,2% tinham entre 12 anos ou mais de estudo. Assim, os dados mostram que a mortalidade é maior entre os que têm menos escolaridade e renda.

Além disso, a maioria (52%) das mortes por tumores (malignas ou benignas) são de homens e 48%, de mulheres. Sendo que 59,2% das vítimas têm mais de 65 anos de idade.

FATORES

A melhoria global da qualidade de vida poderia evitar parte desses casos, conforme a diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Rafaela Alves Pacheco.

Os cânceres são múltiplos, mas têm uma relação muito próxima com a qualidade de vida, a organização das cidades, a preservação dos biomas, a alimentação, as condições emocionais, de trabalho e de acesso aos direitos humanos.  Assim como com a educação, o transporte, a qualidade de vida e os acessos à saúde. Todas essas perspectivas vão nos aproximar ou distanciar de um cuidado efetivo em relação aos cânceres de um modo geral.

Segundo a médica, o câncer não escolhe classe social, mas as populações pobres sofrem mais. “Em relação ao câncer, todas as classes sociais são atingidas, mas existem os rincões de pobreza e miséria. Então, é bastante diferente para quem é mais pobre e não tem acesso e, por conseguinte, acabam tendo maior incidência de cânceres, de um modo geral.”

PREVENÇÃO

A campanha mundial sobre o câncer busca aumentar a conscientização global e incentivar ações que criem novas perspectivas aos pacientes em todo o mundo.

Conforme a presidente do Conselho de Diretores do Instituto de Governança e Controle do Câncer, Maira Caleffi, uma das maneiras de contribuir com a campanha é divulgar informações. Dessa forma, a população pode saber mais sobre a qualidade sobre prevenção, diagnóstico e tratamento, além de exigir acesso aos cuidados mais justos para todos.

Entre os cuidados preventivos, a profissional recomenda o consumo de alimentos saudáveis e a redução dos processados. Além disso, é necessário evitar o sedentarismo e fazer exercícios com regularidade, não fumar, seja cigarro convencional ou eletrônico.

Vale ressaltar os cuidados como, proteger a pele antes de expor-se ao sol e evitar o bronzeamento artificial. Bem como, vacinar-se contra o HPV, reduzir o consumo de álcool, evitar poluentes e produtos químicos. Por fim, informe-se sobre os sinais e sintomas oncológicos.

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Vallery Nascimento

Jornalista

Jornalista formada desde 2022 pelo Centro Universitário Internacional - Uninter. Além do amor pela comunicação, ela também é graduada em Letras com habilitação em inglês. Apresenta o Giro RSN de segunda a sexta, às 18h nas redes sociais do Portal RSN.

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