22/08/2023
Saúde

Maioria dos casos de amputação de pernas e pés é por falta de cuidados com o diabetes

Da redação com assessoria – edição: Cristina Esteche

Que o diabetes é uma doença que vem crescendo a passos largos no mundo todo  grande parte da população já ouviu falar. Se em 1985 existiam 30 milhões de diabéticos no mundo, a previsão para 2030 é de 300 milhões.

Mas que a doença é a causa mais comum de amputação de pernas e pés, a maioria desconhece. “Cerca de 60% de todas as amputações das extremidades inferiores estão relacionadas ao diabetes mellitus e não a acidentes de trânsito e de trabalho como a sociedade em geral imagina”, diz o enfermeiro da Membracel, Antonio Rangel, que é especialista em Podiatria Clínica e referência no tratamento de feridas e pé diabético.

Segundo o podiatra, 85% dessas amputações relacionadas ao diabetes são precedidas de uma ulceração nos pés (lesão nos tecidos), que pode ser prevenida ou tratada adequadamente, evitando a complicação do quadro. “Devido a uma lesão chamada neuropatia diabética é comum a perda da sensibilidade dos membros inferiores afetando, inicialmente, os dedos e outras áreas dos pés. No caso dos diabéticos, o menor machucado pode infeccionar e evoluir facilmente para um caso grave de grangrena, correndo o risco de amputação”, destaca Rangel.

Para prevenir que a ulceração se instale é necessário que a pessoa com diabetes fique atenta a cuidados básicos como: examinar diariamente os pés a procura de frieiras, bolhas, ferimentos ou calos; secar cuidadosamente os pés após o banho com uma toalha macia, sem esfregar, especialmente entre os dedos e ao redor das unhas; manter a pele sempre hidratada aplicando um creme hidratante (menos entre os dedos, para evitar umidade); utilizar meia de algodão e nunca utilizar de nylon e usar sempre sapatos fechados.

Caso ocorra alguma ulceração ou o paciente já possua uma ferida ou lesão é preciso tratá-la o quanto antes com medicamento e curativo adequados, evitando a complicação do quadro. “Devido ao fato das amputações por diabetes liderarem o número de intervenções deste tipo no mundo, diversas pesquisas têm sido realizadas na busca por soluções que evitem a complicação de casos de pés diabéticos. Aqui no Brasil, por exemplo, uma tecnologia desenvolvida no Paraná possibilitou a criação de um curativo chamado Membracel que é capaz de substituir temporariamente e pele humana, promovendo a rápida regeneração de lesões causadas por queimaduras, úlceras de membros inferiores ou em qualquer outra situação onde ocorra a falta de epiderme ou da derme”, ressalta Rangel.

A dona de casa de Curitiba, Bronislava Lemanski Paul, de 87 anos, descobriu o diabetes há 18 anos e sofre de “pé diabético” devido a uma ferida não tratada. “Há três anos cai, machuquei a perna e a lesão acabou virando uma úlcera. A ferida ficou muito feia, doía e vazava muito. Comecei o tratamento com medicamentos e fazendo curativos diários usando Membracel. Hoje a lesão já está bem seca, não vaza mais e nem curativo preciso mais fazer. Depois disso tenho ficado sempre atenta a qualquer lesão que venha a aparecer nas minhas pernas e pés”.

Diabetes

O diagnóstico precoce do diabetes é importante, pois o tratamento evita sua complicações. Os sintomas mais comuns do diabetes são:

Urinar excessivamente, inclusive acordar várias vezes à noite para urinar;
Sede excessiva;
Aumento do apetite;
Perda de peso (em pessoas obesas a perda de peso ocorre mesmo estando comendo de maneira excessiva);
Cansaço;
Vista embaçada ou turva;
Infecções frequentes, sendo as mais comuns, as infecções de pele.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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