O impasse envolvendo médicos do Instituto Virmond, de Guarapuava, e a diretoria da instituição, chegou ao fim. A maioria dos integrantes do corpo clínico da instituição aceitou a proposta feita pela diretoria do hospital para a quitação, de forma gradativa, dos débitos da instituição com os pagamentos destes profissionais. O aceite da proposta foi divulgado pelos médicos em nota no final da tarde desta segunda feira (30), dia em que acabaria o prazo dado pelo corpo clínico para a regularização dos vencimentos em aberto. No início da tarde de hoje, o hospital veio a público pela primeira vez para falar sobre a crise na instituição (leia aqui).
De acordo com Jarbas Silva, diretor-técnico do Instituto Virmond, os médicos firmaram compromisso verbal com o presidente do hospital, Frederico Eduardo W. Virmond, em reunião realizada no último dia 25. O encontro contou com a presença de colaboradores, empregados e médicos da instituição. Segundo a nota assinada por Jarbas, o hospital se comprometeu a repassar, até esta segunda (30), R$ 800 mil, liberados pela Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (SESA), através do Teto Financeiro de Média e Alta Complexidade (MAC). O valor total devido aos médicos, segundo o hospital, é de R$ 1,6 milhões, referente aos meses de fevereiro de 2018 (trabalhado em dezembro de 2017), março de 2018 (referente a janeiro de 2018) e abril de 2018 (referente a fevereiro de 2018).
Ainda de acordo com a nota emitida pelos médicos, o hospital se comprometeu em quitar os débitos pendentes de fevereiro, março e abril, quando for disponibilizado ao Instituto Virmond o financiamento pleiteado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). Ainda não há previsão de aprovação deste financiamento, segundo os médicos.
No acordo verbal firmado entre os médicos e a instituição, o hospital se comprometeu, ainda, em realizar os pagamentos mensais devidos ao corpo clínico em seus valores integrais e sem atrasos já a partir de maio.
ÚNICA SAÍDA
A proposta apresentada pelo hospital e referendada pela SESA seria a única possível para o momento, segundo informações apresentadas pelas instituições aos médicos. A proposta inicial do corpo clínico, divulgada em carta no dia 21 de março, era de que todos os valores em aberto deveriam ser quitados até esta segunda (30), o que não aconteceu.
“Deve-se ressaltar que os médicos, mesmo não recebendo seus honorários por alguns meses – o que acarretou inúmeros problemas financeiros-pessoais a cada um – continuaram trabalhando em prol da população de Guarapuava e região, de modo a não agravar a saúde e bem-estar de seus cidadãos”.
O ato de boa-fé dos médicos, no entanto, não foi acatado por todos os membros do corpo clínico. Alguns dos profissionais optaram pelo desligamento e outros pela redução de suas atividades e carga horária. O número de médicos que se desligou do hospital não foi divulgado na nota dos médicos.
“Aproveito para expressar nosso compromisso, como corpo médico, em fazer o que estiver ao nosso alcance para manter a viabilidade da instituição e nos colocamos, mais uma vez, como parceiros do poder público e da administração do Instituto Virmond nesse propósito, ressaltando, tão somente, que eventuais situações de futuras inadimplências poderão ocasionar novamente a manifestação dos médicos para o encerramento de suas atividades de prestação de serviço médico”, finaliza Jarbas.