22/08/2023
Cotidiano

Mais de 85% dos médicos paranaenses aderem à paralisação

Dos 19 mil médicos ativos– entre credenciados e não credenciados a planos de saúde – em todo o Paraná, mais de 11 mil paralisaram suas atividades hoje (7), Dia Mundial da Saúde. A estimativa é da Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM) – entidade composta pela Associação Médica do Paraná (AMP), Conselho Regional de Medicina (CRM) e Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) e foi anunciada agora há pouco, em coletiva de imprensa na sede da AMP, em Curitiba.
O “Dia Nacional de Protesto em Defesa dos Médicos que Trabalham na Saúde Suplementar”, instituído nacionalmente pelo Conselho Federal de Medicina,(CFM) e Associação Médica do Brasil (AMB) orientou os profissionais médicos a suspender consultas e procedimentos eletivos,– com exceção de casos de emergência. A paralisação foi após anos de tentativas fracassadas de negociação com planos de saúde por reajustes dignos dos honorários. A  Associação Médica de Guarapuava aderiu ao movimento e cerca de 230 profissionais não atenderam seus pacientes
Nesta quinta-feira , mais de 1 mil médicos passaram pela sede da AMP, em Curitiba, participando e opinando dos debates que iniciaram pela manhã e estenderam por todo o dia, culminando numa caminhada de protesto pelas ruas próximas à entidade. Os médicos defenderam, no mínimo, a reposição da inflação, em razão dos 10 anos de desafagem nos valores das consultas e 19 anos de defasagem em procedimentos e cirurgias, que obrigaram muitos profissionais a fechar seus consultórios diante da dificuldade de custear as despesas básicas.
No Paraná, o balanço parcial, às 15 horas, dava conta dos seguintes números: nas cidades de Francisco Beltrão, Marechal Cândido Rondon e Ivaiporã, a adesão dos médicos foi de 100%; em Foz do Iguaçu, Guarapuava e Santo Antonio da Platina 90% dos médicos pararam, em Cascavel e Apucarana a paralisação chegou a 80%, em Castro, Cianorte e Guarapuava 70% dos profissionais pararam e, em Umuarama o balanço foi de 50% de médicos parados.

Para frente
Caso as operadoras não negociem com base nas reivindicações da classe, os médicos discutirão o descredenciamento individual, a exemplo de localidades, como, Ivaiporã, no Centro do Paraná. Médicos de outros municípios paranaenses como União da Vitória e Foz do Iguaçu já avaliam esta possibilidade concreta, conforme informou o presidente da AMP e da CEHM, José Fernando Macedo.
A entidade que congrega cerca de 30 operadoras de saúde no Estado já sinalizou com a intenção de negociar com a CEHM. A reunião com estas operadoras está marcada para o próximo dia 18 de abril.

Apoio
Uma carta de apoio da Associação dos Usuários de Planos de Saúde foi recebida com aplausos pelas entidades médicas. As diretorias do Conselho Regional de Odontologia (CRO/PR) e do Conselho Regional de Fisioterapia (Crefito/PR) também se pronunciaram em apoio ao movimento e orientaram estes profissionais a paralisar na data de hoje. Muitos dentistas e fisioterapautas compareceram à sede da AMP.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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