Uma inesperada licença do deputado estadual Nelson Garcia (PSDB), alegando necessidade de “licença médica”, deu sobrevida de mais 120 dias ao mandato do suplente Bernardo Ribas Carli, que estava prestes a deixar o cargo com o retorno do titular da vaga, Osmar Bertoldi (DEM).
Bernardo Carli não foi eleito nas eleições de 2010, passando a ocupar a segunda suplência na coligação do seu partido, o PSDB. A vaga ao primeiro suplente foi aberta no começo do ano legislativo, quando o deputado eleito Durval Amaral se licenciou ao ser nomeado chefe da Casa Civil do governo Beto Richa.
Passando para a primeira suplência, Bernardo Ribas Carli só assumiria se outro deputado se licenciasse. Foi o que aconteceu: Osmar Bertoldi viajou para os Estados Unidos, sob o pretexto de um “tratamento médico”, que demoraria meses. No seu retorno, Bertoldi foi nomeado secretário municipal da Habitação em Curitiba, permitindo que o filho do prefeito Fernando Ribas Carli ficasse por mais tempo na Assembleia Legislativa.
Nesta semana, o mandato precário de Bernardo Carli ficou novamente ameaçado, com o anunciado retorno de Osmar Bertoldi a sua cadeira na Assembleia. A saída de Bernardo foi evitada, agora, com outra “licença médica”, solicitada por Nelson Garcia.
O prazo de permanência de Bernardo, agora, será até agosto. Caso nenhum outro deputado venha a ter problemas de saúde, como coincidentemente vem ocorrendo, cada vez que o caçula de Fernando Ribas Carli encabeça a fila de saída da Assembleia.
O mandato de Bernardo foi cassado pelo Tribunal Regional eleitoral e os gastos para sustentar a vaga de deputado, mesmo estando na segunda suplência, têm sido altíssimos. Um grupo de advogados está cuidando dos recursos impetrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral, sob o permanente risco de sua candidatura ser cassada por completo.