Da Redação
Guarapuava – Esta é a terceira vez que mulheres e também alguns homens, se reuniram em Guarapuava para participar da “Marcha das Vadias”, movimento que luta contra a opressão, qualquer tipo de preconceito e racismo, segundo as próprias organizadoras do manifesto.
Nem mesmo o frio típico de Guarapuava, espantou o grupo que se reuniu às 9h deste sábado na Praça Cleve, no Centro da cidade. A pauta principal era clara: lutar pela valorização da mulher na sociedade e conscientizar as pessoas sobre os objetivos do movimento. Além disso, outras inúmeras reivindicações também estavam presentes, como a luta contra o racismo, a diversidade sexual, etc.
Ainda há muita confusão e desentendimento quando se fala da “Marcha das Vadias”, é o que explica uma das participantes e organizadoras da marcha em Guarapuava, Bia Pimentel. “Nosso objetivo é conscientizar as pessoas, mostrar principalmente para as mulheres que elas tem opções, que elas podem fazer escolhas na vida e que não estão sozinhas. Sabemos que não vamos mudar o mundo, mas isso tudo é importante”, destaca.
A primeira e segunda edições da manifestação em Guarapuava aconteceram em 2012 e 2014. Há dois anos, Bia participou junto com outras colegas. Ela fala que mesmo que não tenha sido grande, pôde observar um avanço através do esforço que todas elas vêm fazendo. “Guarapuava é uma cidade complicada, coronelista, então fica um pouco mais difícil explicar pra muitas pessoas o que a gente faz e qual o nosso objetivo. Ainda tem muita gente que fala que só estamos aqui porque não temos o que fazer que não entende nossos objetivos, mas vamos continuar nessa luta”, destaca.
Outro ponto importante dessas pessoas é a união. União que motivou Nataly Deves a participar da Marcha das Vadias pela primeira vez. Ela conta que já sofreu preconceito racial e há cerca de um mês começou a participar de um coletivo e que isso a ajudou muito. “Resolvi participar principalmente pela questão do empoderamento da mulher negra. Eu já sofri preconceito racial e ver essa organização, essa luta contra o preconceito ajuda, dá coragem”, explica.
O ATO
O cronograma da Marcha das Vadias teve a concentração na Praça Cléve às 9h. Cerca de uma hora e meia depois, as participantes seguiram pela rua XV de Novembro, tendo como pontos de parada o Colégio Visconde de Guarapuava, a Catedral Nossa Senhora de Belém, um estúdio, também no Centro e por fim, o Terminal da Fonte, que foi também o ponto de dispersão das manifestantes.
Durante as paradas houve leitura de nota política, um ato contra o assédio e estupro, um monólogo sobre estupro e violência, ato sobre violência obstetrícia e maternidade compulsória, ato sobre a diversidade sexual e ato em favor da mulher negra.
Durante a marcha, as participantes gritaram palavras de ordem, tocaram tambores e latas, carregaram faixas, além de outras movimentações.