22/08/2023
Paraná Turismo

Maria Fumaça Mogul 11 começa a operar entre Morretes e Antonina

Os passeios aos sábados e domingos serão na Maria Fumaça fabricada em 1884. É a locomotiva a vapor mais antiga em operação regular no Brasil

MARIA FUMAÇA

Maria Fumaça Mogul 11 começa a operar entre Morretes e Antonina (Foto: Divulgação ABPF)

O Litoral paranaense ganhou nessa sexta (20), uma nova atração turística que relembra a história das ferrovias do Estado: o Trem Caiçara. O trem de passageiro já circula pela ferrovia histórica que liga Morretes e Antonina.

De acordo om a Agência Estadual de Notícias, o projeto que ajuda a fomentar o turismo na Região, saiu do papel após a formalização de um protocolo de intenções. O protocolo envolveu o Governo do Estado e a empresa Rumo Logística para a revitalização da ligação férrea.

Desse modo, conforme informações, o principal atrativo do passeio é a Maria Fumaça Mogul 11. Com fabricação em 1884, é a locomotiva a vapor mais antiga em operação regular no Brasil. A operação é de responsabilidade da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF). Conforme a Agência, a entidade sem fins lucrativos faz a conservação do patrimônio histórico ferroviário brasileiro.

Com horários aos sábados e domingos, o passeio tem percurso de 16 quilômetros em meio à Mata Atlântica. Cruza áreas de rios e manguezais, além de propriedades rurais que margeiam a ferrovia entre os municípios. Contudo, por causa pandemia, estão sendo tomadas todas as medidas de prevenção indicadas pelo governo e pela Organização Mundial da Saúde.

Assim sendo, as locomotivas circularão com metade da capacidade para respeitar o distanciamento social. Também não será permitido o embarque de passageiros sem máscaras.

(Foto: Divulgação ABPF)

SAÍDAS

De acordo com as informações, serão duas saídas por dia em cada uma das estações, às 9h30 e às 14h30 em Antonina e às 11h e às 16h em Morretes. O retorno ao ponto de partida se dá via transporte rodoviário. E é possível comprar a passagem junto ao ingresso.

Conforme Rodrigo Dolenga, diretor da ABPF, na alta temporada, de dezembro a janeiro, também haverá opções de viagens às sextas. “É uma verdadeira oportunidade para pessoas de todas as idades conhecerem e reviverem os tempos áureos da ferrovia. As últimas excursões que transportaram turistas usando a linha ocorreram na década de 1990. E apenas em datas comemorativas”.

RESTAURO

Porém, para viabilizar o projeto, a ABPF investiu mais de R$ 500 mil no restauro da maria-fumaça. Outros R$ 200 mil nos carros de passageiros, que têm 120 lugares cada um. Desse modo, o investimento da Rumo, responsável pela administração da ferrovia, chega a R$ 700 mil.

Conforme Guilherme Penin, diretor de Regulatório e Relações Institucionais da Rumo, é um momento de muita alegria fazer parte deste resgate da memória ferroviária no estado do Paraná. “Essa parceria é importante para fomentar o turismo na Região, assim como já temos feito com os trens de passageiros da Serra Verde”.

(Foto: Divulgação ABPF)

HISTÓRIA

O trecho faz parte da Estrada de Ferro Dona Isabel, criada pelos irmãos Rebouças. Os engenheiros receberam autorização em 1871 para a construção de uma ferrovia ligando o Porto de Antonina à cidade de Curitiba.

Entretanto, em 1875, houve a transferência do marco zero da via férrea de Antonina para Paranaguá. Assim, o histórico ramal de Antonina aberto pela Estrada de Ferro Paraná ocorreu em 1892. A construção traria mais uma opção para o desenvolvimento das cidades no escoamento de riquezas da Região.

Desse modo, o Trem Caiçara evoca aos turistas o ano de 1892, quando ocorreu a inauguração da ferrovia Dona Isabel. Uma obra de grande importância para o desenvolvimento de Antonina e Morretes. E à frente do passeio está uma centenária locomotiva a vapor: a Mogul de número 11. Uma maria-fumaça fabricada no ano de 1884 pela Baldwin Locomotive Works.

Conforme a Agência, a primeira maria-fumaça comprada para operar na Ferrovia Paranaguá – Curitiba, funcionou até o fim da década de 1950. Por fim, em 1965, ocorreu a escolha dela [maria-fumaça] para preservação, devido ao número 11. Assim, a escolha foi uma homenagem a 11ª divisão da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA).

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Gilson Boschiero

Jornalista

Possui graduação em Jornalismo, pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996). Mestre em Geografia pela Unicentro/PR. Tem experiência de 28 anos na área de Comunicação, com ênfase em telejornalismo e edição. Foi repórter, editor e apresentador de telejornais da TV Cultura, CNT, TV Gazeta/SP, SBT/SP, BandNews, Rede Amazônica, TV Diário, TV Vanguarda e RPC. De 2015 a 2018 foi professor colaborador do Departamento de Comunicação Social da Unicentro - Universidade do Centro-Oeste do Paraná. Em fevereiro de 2019, passou a ser o editor chefe do Portal RSN.

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