O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, disse ontem (4), em entrevista à imprensa, que se ofereceu para mediar o diálogo dos professores com o governo do Paraná. Os docentes estão otimistas com a ajuda, já o estado diz que não foi procurado pelo governo federal.
Os professores do estado estão em greve desde a última segunda feira (27). No dia 29, os profissionais e a Polícia Militar (PM) entraram em confronto, o que resultou em pelo menos 170 manifestantes e 20 policiais feridos.
"Nós nos dispusemos, caso seja do interesse das partes, no estado do Paraná, a mediar a relação entre o governo do estado e os professores, sobretudo depois dos eventos trágicos de quarta-feira passada, com grande número de professores feridos, em função da repressão", disse o ministro Janine Ribeiro. Segundo ele, ainda não houve resposta de nenhuma das partes.
A secretária Educacional do Sindicato dos Professores do Paraná (APP-Sindicato), Walkíria Olegário Mazeto, disse o MEC procurou o sindicato na semana passada, mas a categoria entendeu que a pasta não poderia intervir em uma das principais pautas: a não aprovação do então projeto de lei que altera a Previdência estadual.
Após o confronto, no entanto, a categoria diz que conta com o apoio do MEC. "Neste momento toda ajuda é bem-vinda", adianta. De acordo com ela, representantes do sindicato participarão de audiências nesta quarta-feira (6), na Câmara e no Senado, e buscarão a ajuda do governo federal pessoalmente, em Brasília.
Por meio de nota, o governo do Paraná diz que em nenhum momento, desde que foi deflagrada a greve, "o governo do estado do Paraná recebeu qualquer oferta de mediação com professores da rede estadual de ensino, vinda do Ministério da Educação. É lamentável que a situação seja usada com tom claramente político por representantes do governo federal".
Apesar de o estado negar, o MEC ressalta que o secretário de Educação Básica, Manuel Palacios, conversou com o secretário de Educação do estado, Fernando Xavier.
Os professores protestavam contra projeto de lei que altera a Previdência estadual. O projeto foi aprovado e sancionado. A lei sancionada pelo governo altera o atual plano de Previdência dos servidores, o Paraná Previdência, formado pelos fundos Militar, Financeiro e Previdenciário. O governo paranaense quer tirar 33 mil aposentados com mais de 73 anos do Fundo Financeiro, sustentado pelo Tesouro estadual, que está deficitário, e transferi-los para o Fundo de Previdência estadual, pago pelos servidores e pelo governo, que está superavitário.
A categoria continua em greve, e se reúne hoje (5) à tarde para definir os rumos da paralisação.