22/08/2023

Meninos, eu vi

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Para ser justa com os fatos, Dr. Antenor e Jauri Gomes capitalizaram o último debate da campanha municipal 2012, iniciado às 23 h de quinta e encerrado na madrugada desta sexta-feira pela RPC, em Guarapuava. 
Cesar Filho continuou sendo o Cesar que eu não conheço: ficou muito "marquetado" e deixou transparecer desconforto com a situação. Foi favorecido pela baixa audiência do horário. 

Fábio Ribas conseguiu a façanha de terminar exatamente como começou: ranzinza, sempre no ataque, menor, politicamente analisando. O único conteúdo que apresentou, remetia ao prefeito Carli. Pouco se guardará do Fabio 11, que ultrapasse seu estilo rancoroso. 
Jauri disse o que todo mundo disse, mas com bom astral, boa praça. Foi além do pepepê.
Antenor firmou seu estilo. Foi racional quando precisava, e acertou no tom emotivo na hora certa.

Cesar Filho arcou com ônus de estar em larga vantagem nas pesquisas. Natural que ficasse sob fogo cerrado de todos. Seguiu muito o estilo dos últimos programas de televisão, onde apareceu mais como coadjuvante. No debate da RPC, esperava-se que finalmente o estilo Cesar Filho viesse à tona, mais emotivo, impetuoso, mas também lógico em suas análises. 
Quem vê e ouve o Cesar num comício, constata a capacidade do candidato de levantar a massa. Põe alma e coração com naturalidade. 

O momento de maior embate foi a última pergunta de Fábio Ribas sobre as passagens aereas e geração de empregos. Cesar lembrou que o radialista Roberto Lobo (não citou nomes), funcionário da rádio da "família do prefeito Fernando Carli", foi condenado pela Justiça por fazer a mesma acusação.
Fábio insistiu nas questões e Cesar o chamou de "leviano".
Quando trouxe energia e seu jeito natural, ainda que numa questão polêmica, Cesar prendeu a atenção.

Fábio também segurou, mas o que fica é a predisposição perseguidora, cara amarrada, menino de recado do prefeito Fernando Carli. Sabemos que o Fábio poderia mais, em toda a campanha.

Não concordo com o raciocínio "marquetológico" que força o primeiro lugar a ficar escondido atrás do toco ou de takes televisivos, e o último lugar numa postura radical, destemperada, também buscando abrigo num personagem maior.

Repito: quem conhece Cesar Filho sabe muito bem que seu estilo é carismático e que ele cria envolvimento entre seus interlocutores.

Não coloco em análise que o objetivo foi passar ao largo de controvérsias, pesar números e riscos, o que não deve ter sido a metodologia utilizada, eis que seria minimizar a capacidade do candidato. Logo, o formador de opinião concluiria, como um possível prefeito eleito reagiria na hora de enfrentar decisões próprias.

Quando lidamos com imagem, temos que tomar por conta que imagem transmite sentimento, sentimento traduz emoção, emoção revela conteúdo.
Pelo que, um debate é muito mais que cumprir tabela. É também fazer história.

Foto: Thiago Vergílio/ RPC TV

Cristina Esteche

Jornalista

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