Depois de enfrentar turbulências na maior parte da sessão, o mercado financeiro acalmou-se. A dose de calmante veio após o discurso conjunto do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente Jair Bolsonaro.
Com a afirmação de que não tinha pedido demissão, entre outras declarações, Guedes conseguiu reverter as reações do mercado. Assim sendo, o dólar reverteu a alta e passou a cair Além disso, a bolsa de valores reduziu as perdas. Mesmo assim, a moeda norte-americana teve a pior semana desde julho. E a bolsa registrou a pior semana desde o início da pandemia de covid-19.
De acordo com a Agência Brasil, o dólar comercial encerrou a sexta (22) vendido a R$ 5,627. Portanto, com um recuo de R$ 0,04 (-0,71%). No pico da sessão, por volta das 12h30, a cotação chegou a R$ 5,75.
Todavia, o movimento só se inverteu no meio da tarde, dessa sexta (23), após o ministro Paulo Guedes garantir que não pediu demissão. Disse também que os gastos públicos deverão cair de 19,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 18,5%, mesmo com o Auxílio Brasil de R$ 400.
Conforme a Agência Brasil, com a queda de ontem (22), a moeda norte-americana encerrou a semana com alta de 3,16%. Essa foi a maior valorização semanal desde a semana terminada em 8 de julho, quando a divisa tinha subido 4%. Em 2021, o dólar acumula alta de 8,44%.
MERCADO DE AÇÕES
O mercado de ações também se acalmou após a fala de Guedes, mas o alívio foi insuficiente para reverter as perdas. O índice Ibovespa, da B3, fechou o dia aos 106.296, com queda de 1,34%. No pior momento do dia, às 12h25, o indicador chegou a cair 4,5%.
Em baixa pelo segundo dia consecutivo, a bolsa fechou a semana com queda de 7,28%. Essa foi a maior perda semanal desde a semana encerrada em 18 de março de 2020, no início da pandemia de covid-19. Na ocasião, o Ibovespa tinha perdido 18,88% em cinco dias.
TURBULÊNCIA
Nos últimos dias, o mercado financeiro tem enfrentado momentos de tensão com a confirmação de que o governo pretende financiar parte do benefício de R$ 400 do Auxílio Brasil com despesas fora do teto de gastos. A proposta de emenda à Constituição (PEC) que adia o pagamento de precatórios, aprovada ontem (21) na comissão especial da Câmara dos Deputados, abre espaço de R$ 84 bilhões fora do teto para serem gastos no próximo ano. Há o temor de que a conta fique ainda maior caso o Congresso amplie o benefício para R$ 500.
*Com informações da Reuters
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