22/08/2023
Prudentópolis Segurança

Mesmo condenado, vereador continua exercendo mandato

Vereador sentou no banco dos réus em 24 de fevereiro de 2021 e teve pena de 17 anos de prisão, mas aguarda recursos em liberdade

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Vereador Adão Kostecki Primo (Foto: Reprodução/redes sociais)

Há dois anos, em 24 de fevereiro de 2021,o vereador Adão Kostecki Primo (PSDB), foi condenado por júri popular, a 17 anos e 23 dias de prisão em regime fechado. O júri durou 13 horas. O homicídio duplamente qualificado ocorreu por motivo fútil, além de impedir a defesa da vítima. Conforme o processo, Vicente Cravelin foi alvo de disparos fatais de arma de fogo no momento em que estava de costas para Adão.

De acordo com o juiz Alberto Moreira Cortes Neto, que presidiu o Tribunal do Júri, o réu também está condenado a quatro anos de reclusão por tentar matar Marcio Cândido no mesmo episódio. Na somatória das penas, a sentença é de 17 anos e 23 dias.

Conforme a denúncia do Ministério Público, no dia 22 de novembro de 2009, por volta das 18h30, na Localidade de Jaciaba, no interior de Prudentópolis, Adão disparou vários tiros de revólver calibre 38, contra Vicente. Antes porém, perguntou: “Você é parente”? Depois, “voluntária e conscientemente, com vontade de matar”, atirou várias vezes nas costas da vítima, conforme o MP.

Entretanto, nesse mesmo dia, também atirou contra Marcio Candido. Todavia, essa vítima recebeu atendimento e sobreviveu. A família de Vicente não quis se pronunciar. “Está nas mãos da Justiça”.

RECURSOS

Após a condenação, Adão saiu preso do fórum. Mas entrou com recurso e encontra-se em liberdade. Esse caso, no entanto, seria mais um no cenário judicial. Mas o que deixa a comunidade indignada é que Adão possui mandato como vereador. Como ele aguarda decisão recursal em liberdade, a vida política e pessoal segue no curso normal. Três dias após a condenação, quando ele estava na prisão, a Câmara chegou a debater a suspensão dos subsídios. Mas Adão voltou a legislar.

Após vários recursos, em 26 de abril de 2022, o Tribunal de Justiça negou provimento a pedido da defesa. A condenação continua mantida, já que ainda há julgamentos pendentes de agravos de instrumento perante o Superior Tribunal Federal (STF) e o Supremo Tribunal da Justiça.

A partir disso, o caso transita em julgado. Caso se mantenha a condenação, Adão terá que cumprir a pena imposta pela Justiça. O Portal RSN entrou em contato com o vereador, mas ele disse que não tem informações sobre o andamento dos recursos.

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Cristina Esteche

Jornalista

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