22/08/2023


Guarapuava Segurança

“Meu irmão foi covarde por não chamar a polícia. Mas matar, jamais”

Afirmação foi feita por uma irmã do vendedor autônomo envolvido na morte de uma 'garota de programa', de 13 anos, em Guarapuava

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“Meu irmão foi covarde por não chamar a polícia. Mas matar, jamais”, diz irmã do suspeito (Foto: Polícia Civil)

Familiares do vendedor ambulante que está envolvido na morte de uma adolescente, de 13 anos, estão chocados com o que ocorreu. Em contato com o Portal RSN, uma irmã do suspeito, E.L, disse que o irmão “foi covarde” em não chamar a polícia no momento em que viu que a ‘garota de programa’ estava morta. “Meu irmão foi covarde, errou, mas estuprar e matar, isso jamais ele faria”.

O vendedor autônomo se entregou à polícia na quinta (23), acompanhado pelo advogado Raphael Virmond. Ele está envolvido na morte, que no inquérito policial, está sendo tratado como feminicídio, segundo a defesa do envolvido. Trata-se da morte de Katiele, de 13 anos, ocorrida no dia 7 de março deste ano. A adolescente trabalhava no bar da “Melzinha”, no Jardim das Américas.

De acordo com a irmã do vendedor autônomo, ele contou à família que um dia antes da morte da menina, foi até um bar com um amigo. “Eles tomaram uns litrão e lá encontraram um tal de D. [nome ocultado pelo Portal RSN). Meu irmão disse que pediu para carregar o celular e em conversa com a Mel, ela pediu o número do meu irmão. Ele desbloqueou e ela mesmo anotou”.

Porém, continua E. L, no dia seguinte tocou o celular e ele atendeu. Era um chamado para irem a um churrasco. “Eles foram, beberam e então o D. sugeriu para irem à casa do meu irmão. Disse para comprarem mais uns gole que estava bom pra eles curtirem”.

Após terem comprado as bebidas, chegaram na casa e beberam. “Meu irmão foi pra o quarto conversar com uma amiga, a T. que estava na MUV. De repente o D. chega no quarto zoando porque a Katiele tinha tomado dois copos de uísque com energético. Estava ela e outra guria que trabalha no mesmo bar”.

“MENINA AMANHECEU MORTA”

Assim, segundo relato da E.L, tempos depois a adolescente entrou na quarto onde o irmão de E.L conversava por telefone com a amiga.

Ela tirou a roupa e tiveram momentos de intimidade. Em seguida, meu irmão vai ao banheiro. Ela continua deitada. Meu irmão dorme. No dia seguinte, por volta das 7h toca o telefone dele. Ele olha e desliga. Por volta das 9h, o telefone toca novamente. Ele atende e então mexe no braço dela, que não se mexe. Então ele coloca a mão nela e percebe que a adolescente está fria. Desesperado, levanta e vai até o outro quarto chamar o outro casal. De volta, meu irmão disse que virou a moça, fez massagem e pediu pra ligarem para o Samu e a polícia.

Entretanto, segundo E.L o outro casal não deixou e disse que seria melhor chamar a dona do bar. “Quando ela [Mel] chegou, disse que não poderiam chamar a polícia porque a menina era menor e que tinham que sumir com o corpo”.

Meu irmão foi covarde por não ter chamado a polícia. Mas isso que estou te falando aqui é o que vai ser falado em depoimento porque a verdade é uma só.  Sei que meu irmão cometeu erros. Mas estuprar e matar jamais. Nossa família está chocada.

De acordo com E.L após ter ocorrido a ocultação do cadáver, o irmão começou a conviver com ameaças, chantagens e extorsão.

“Meu irmão perdeu um Gol, aparelho de TV e queriam o Fusion dele. Cansado ele saiu de Guarapuava e voltou para se entregar. Agora estamos aguardando o resultado dos exames pra saber qual foi a causa da  morte. Mas temos fé em Deus que a verdade vai aparecer e mostrar que meu irmão não matou ninguém”.

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Cristina Esteche

Jornalista

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