22/08/2023
Agronegócio

Milho transgênico: coexistência e Refúgio em discussão

imagem-8158

Mais de 100 produtores rurais, agrônomos e técnicos do setor agropecuário participaram na manhã desta quarta-feira, 26, da Atualização Técnica da Legislação de Áreas de Coexistência e Manejo Integrado de Pragas nas Áreas de Refúgio, promovida pela Pioneer Sementes, Cooperativa Agrária/FAPA e Sindicato Rural de Guarapuava, no Centro Cultural Mathias Leh – Distrito de Entre Rios.
Os produtores foram orientados quanto aos procedimentos legais e técnicos para o plantio das lavouras de milho transgênico. A primeira palestra foi ministrada pelo engenheiro agrônomo Goran Kuhar, mestre em Melhoramento e Genética Vegetal, doutorando em Biotecnologia e Ciências Genômicas e gerente de Regulamentação e Relações Governamentais da Pioneer Sementes. Ele falou sobre Norma de Coexistência – Fiscalização e Implicações Práticas.
Em seguida, o engenheiro agrônomo Rodolfo Bianco, doutor em Entomologia, chefe técnico da cultura do milho do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) abordou a importância do manejo integrado de pragas nas áreas de refúgio de milho.
Segundo o gerente Sul de Negócios da Pioneer Sementes, Roberto Ribeiro, o principal objetivo da primeira palestra foi chamar a atenção dos produtores rurais e lideranças técnicas quanto ao cumprimento da lei para plantio de milho geneticamente modificado. “Guarapuava e Ponta Grossa terão, provavelmente, uma das maiores concentrações de milho do Paraná, em função da redução de plantio em outras regiões, por isto a importância da difusão deste assunto”, comentou. Já a segunda palestra pretendeu conscientizar o produtor com relação à importância da área de refúgio para a manutenção da tecnologia.

O pesquisador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), Celso Wobeto, comentou que “todos os produtores que participaram saíram com mais informações do que quando chegaram”. Segundo ele, na medida em que o assunto vem sendo discutido, surgem novas dúvidas. “Mas acredito que as principais foram sanadas e ficou bem claro que a Norma de Coexistência precisa sofrer alterações para cumprir sua função e que a partir de agora todos ficarão mais atentos com relação à coexistência e refúgio. Nosso intuito foi que ninguém corra o risco de ser fiscalizado e penalizado por falta de conhecimento”, observou.
Para o presidente do Sindicato Rural de Guarapuava, Cláudio Marques de Azevedo, as palestras foram bastante esclarecedoras e a parceria do sindicato com a cooperativa e a empresa de sementes proporcionou a difusão da informação técnica de qualidade, através de palestrantes de renome nacional. “O tema é bastante relevante neste momento que antecede o plantio da safra de verão, principalmente porque o milho geneticamente modificado vai ganhar significativa importância nesta safra”, disse.

Norma

A Norma de Coexistência diz que a distância entre uma lavoura comercial de milho geneticamente modificado (GM) e outra de milho não GM, localizada em área vizinha, deve ser igual ou superior a 100 metros , ou, alternativamente, 20 metros , desde que acrescida de bordadura com, no mínimo, 10 fileiras de plantas milho convencional de porte e ciclo vegetativo similar ao milho GM. O produtor que infringir a lei estará sujeito a advertência e multa de até R$ 1,5 milhão, perda ou suspensão da participação em linhas de financiamentos.

Assessoria

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.