Os ministros da Indústria da União Europeia (UE) discutem hoje (1º) o escândalo em que está envolvida a fábrica alemã de automóveis Volkswagen pela manipulação dos testes de emissões de gases poluentes, informou o porta-voz Ricardo Cardoso.
Segundo ele, a questão vai ser debatida no Conselho da Competitividade, com a comissária para o Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e Pequenas e Médias Empresas, Elzbieta Bie kowska, e as autoridades nacionais de homologação de veículos a motor nos próximos dias.
O executivo local pediu aos Estados-Membros que façam a "a necessária investigação em nível nacional" e encaminhem as informações a Bruxelas.
A Comissão Europeia precisa obter uma imagem clara do número de veículos certificados que foram equipados com dispositivos falsificados, proibidos por lei desde 2007, acrescentou a fonte.
O porta-voz disse ainda que "é uma questão da correta aplicação por parte das autoridades dos Estados-Membros" de regras existentes e que os países devem tomar medidas para garantir que não são usados dispositivos manipulados.
"O controle da situação é uma obrigação das autoridades dos Estados-membros", acrescentou, destacando que Bruxelas "não vai tolerar a fraude" e espera o cumprimento rigoroso da lei.
Fontes europeias afirmaram que é preciso aguardar para ver se a CE apresenta hoje qualquer proposta concreta, mas descartaram a possibilidade de ser divulgada qualquer declaração ou documento formal na reunião dos ministros.
A Volkswagen provocou na semana passada a indignação mundial quando admitiu que 11 milhões de carros a diesel em todo o mundo estão equipados com dispositivos que ativam controles de poluição durante os testes, que automaticamente são desligados quando o carro está em movimento.
Na última sexta-feira (25), após uma maratona de reuniões de crise, o Conselho de Supervisão da empresa, líder de mercado mundial de automóveis, designou o presidente da Porsche, Matthias Mueller, para substituir Martin Winterkorn como presidente executivo do grupo.
As autoridades alemãs estabeleceram um cronograma até 7 de outubro, exigindo à Volkswagen que garanta até essa data que todos os carros a diesel cumpram as normas nacionais de emissões sem usar a tecnologia que fraudou os resultados dos testes.
Na Coreia do Sul, o fabricante alemão prevê recolher 120 mil carros a diesel. A Volkswagen enviou carta ao Ministério do Ambiente sul-coreano comunicando a decisão, informou o ministério em nota. Ele anunciou também o início de testes em modelos vendidos no país, incluindo o Golf, Audi A3, Jetta e Beetle. Inicialmente realizados em laboratório, os testes vão continuar na estrada a partir de domingo (4).