22/08/2023
Brasil

Morre aos 88 anos Vida Alves, atriz do 1º beijo e do 1º beijo gay da TV brasileira

imagem-125072

da Redação, com G1

São Paulo – Morreu por volta das 22h dessa terça feira (03) em São Paulo, a atriz e escritora Vida Amélia Guedes Alves, pioneira da televisão brasileira. Ela tinha 88 anos, estava internada no hospital Sancta Maggiore desde 28 de dezembro e morreu de falência múltipla dos órgãos. Vida Alves é a atriz que deu o primeiro beijo da TV brasileira, na década de 50, e o primeiro beijo gay, nos anos 60.

Com mais de 70 anos de carreira, ela começou trabalhando no rádio, passou para as telenovelas, contracenou com grandes nomes como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Eva Wilma e Aracy Balabanian, fez carreira no cinema, apresentou programas na TV e escreveu novelas. Em 1995, ela criou junto com outros artistas a Associação dos Pioneiros Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira (Pró-TV), que busca preservar a memória da televisão brasileira.

Vida Alves nasceu em Itanhandu (MG), em 15 de abril de 1928, e é avó da cantora Tiê. Sua trajetória é contada na biografia "Vida Alves – Sem medo de viver", de Nelson Natalino, lançada em 2013 pela editora Imprensa Oficial. A saúde da atriz se complicou há um ano, quando se submeteu a uma cirurgia, mas o problema de saúde persistiu.

O velório será realizado no cemitério do Araçá partir das 7h desta quarta feira (04).

Uma das filhas de Vida, Taís, falou ao jornal Hora 1 sobre o legado da mãe. "Vida foi uma inovadora, uma beijoqueira, e eu ainda brincava: 'Vidinha, ainda bem que você não deu o segundo beijo [da história da TV], porque do segundo beijo ninguém fala. Ela foi a primeira beijoqueira".

Tiê escreveu sobre a morte de sua avó em sua página oficial no Facebook: "Dona Vida Alves fez a passagem. Minha amiga, minha avó, minha parceira, minha musa beijoqueira. 88 anos de muita luz, amor, arte e vida. Vire estrela e descanse em paz. Te amo pra sempre e vou sentir saudades todos os dias", escreveu a cantora.

A Pró-TV divulgou nota sobre a morte de Vida Alves, a quem chamou de "símbolo da televisão". A atriz presidia a ONG até hoje. "Incansavelmente, ao lado dos colegas de profissão, lutou pela criação de oficial do Museu da Televisão Brasileira, que por 13 anos abrigou dentro de sua casa, e pela preservação da memória da radiodifusão", diz a nota. "Nesse momento difícil, nos solidarizamos com a família de Vida Alves, com seus amigos e colegas da área, que ela sempre fez questão de representar".

 

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.