Morre em Curitiba o desembargador Jeorling Cordeiro Clève aos 88 anos

Desembargador Jeorling Clève (Foto: Arquivo/RSN)

Morreu nesta sexta (25), em Curitiba, o desembargador aposentado Jeorling Joely Cordeiro Clève, de 88 anos. De acordo com as informações recebidas pelo Portal RSN, ele estava internado no Hospital Vita. Entretanto, não há informações sobre a causa da morte, horário e local do sepultamento.

Casado com a professora Dirce Merlin Clève, Jeorling, que era guarapuavano, deixou quatro filhos. Entres eles, o jurista e professor Clèmerson Merlin Clève, presidente das Faculdades Integradas do Brasil (UniBrasil). É também um dos mantenedores do Centro Universitário Campo Real, em Guarapuava. Além da UCP em Pitanga.

Conforme a trajetória profissional do desembargador, formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná, Jeorling atuou como advogado entre 1957 e 1966. O início da atividade profissional ocorreu em Pitanga, a cerca de 89 quilômetros de Guarapuava. Ainda nesse município ajudou a fundar o Colégio Estadual de Pitanga, onde também lecionou. Atuou também como professor do Ginásio Estadual de Ivaiporã, em 1970.

Entretanto, em 1966, aprovado em concurso, iniciou carreira na magistratura na 19ª Seção Judiciária em Foz do Iguaçu. Em seguida, em 1967 respondeu pelas 11ª e 16ª Seções Judiciárias, com sede nas comarcas de União da Vitória e Pato Branco. Todavia, nesse ano, após segundo concurso, assumiu como titular da comarca de Piraí do Sul. Depois, uma promoção o levou a comarca de Ivaiporã, em 1969.

O RETORNO A GUARAPUAVA

Em 1971, o magistrado retorna a Guarapuava então exercendo a magistratura na Vara Criminal. Posteriormente, atuou na 1ª Vara Cível, como diretor do Fórum. Ele ficou no cargo até a promoção a juiz de direito de Curitiba em 1978. Promoção essa por merecimento.

Além dessas atividades, exerceu as funções de juiz titular nas 11ª e 3ª Varas Cíveis. Todavia, em 25 de junho de 1990 passou a atuar como juiz do Tribunal de Alçada. E, no dia 30 de abril de 1999, foi elevado ao cargo de desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná.

Após uma carreira jurídica promissora, Jeorling aposentou-se em 31 de julho de 2002. Entretanto, antes, atuou como professor de Direito Processual Civil na Escola Superior da Magistratura do Paraná, por cinco anos.

VIDA LITERÁRIA

Após a aposentadoria, o desembargador dedicou-se à literatura. Em 2011, tomou posse como membro da Academia Paranaense de Letras no Instituto dos Advogados do Paraná. Jeorling substituiu o historiador Tulio Vargas na Cadeira 23 da Academia de Letras do Paraná. Também foi membro benemérito da Academia de Artes Ciências e Letras de Guarapuava.

Entre as obras escritas por ele estão ‘Povoamento de Guarapuava: Cronologia Histórica; Pensamentos de Todos os Tempos, Lições de Sabedoria. Essa obra reúne, frases célebres de todos os tempos, anotados durante a vida de apaixonado por literatura. Paixão esta que herdou do pai Aloísio Guimarães Clève. Além dessas, na palestra proferida pelo Desembargador na Academia de Letras, a convite de Túlio Vargas, abordou a vida de Antônio de Sá Camargo, o Visconde de Guarapuava. Obra publicada em 2007.

SOBRE PITANGA

Conforme a careira literária, o escritor também publicou ‘Memória de Pitanga’ e Antologia – Pensamentos, frases e textos famosos. De acordo com o autor em entrevista ao Portal RSN, na época,  ‘Memória de Pitanga’ aborda o povoamento da Região sertaneja, onde está localizado o município. Assim sendo, a obra traz fatos históricos importantes e memórias do desembargador, como revela o próprio título.

Além disso, também fornece informações como o nome da cidade, que faz referência à fruta típica da região de pinheirais: “Pitanga”, do tupi-guarani. Algumas das principais revoltas de sertanejos ocorridas na Região também podem ser conhecidas a partir da leitura da obra.

Já  Antologia – Pensamentos, frases e textos famosos – traz frases de diversos pensadores. Entre eles, Ulysses Guimarães e Clèmerson Merlin Clève sobre a constituição cidadã.

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