22/08/2023


Morte de Bira deixa um vácuo no tradicionalismo

Amigos relembram o legado de companheirismo deixado pelo guarapuavano

BIRA

O tradicionalismo perde um dos ícones em Guarapuava. Um infarto na madrugada desta quarta feira (06) tirou a vida de Ubirajara Schindler Marcondes, o Bira, aos 61 anos de idade. O velório está acontecendo na Capela Mortuária Santa Cruz e o sepultamento será nesta quinta (07), às 9h, no Cemitério Municipal.

Casado com Sandra, pai de Veríssimo, Vinicius e Vitor, Bira se criou na Fazenda Campina Bonita no distrito de Palmeirinha, sendo descendente direto do ilustre guarapuavano Alípio Marcondes. “Bira tinha orgulho em recordar as histórias da infância e juventude, ao lado dos pais”, diz André Kloster.

Divertido, despojado, Bira era um verdadeiro contador de histórias. “Ele adorava recordar de um modo alegre que fazia a gente entrar nelas”. Segundo André, uma das suas paixões era reunir os amigos para cozinhar e dançar. “Sempre se julgou o melhor dançarino de bailes gaúchos e um excelente mestre na cozinha”.

A sua tradicional farofa foi uma iguaria servida em tropeadas, eventos beneficentes, rodeios e sem cobrar nada. “Fazia só pelo prazer de estar com amigos”, diz Ruy Cruz. Segundo Ruy, Bira foi um dos maiores vendedores de carros da cidade.“Já aposentado ele frequentava rodas de amigos no Bar do Funcho, no Bolicho do Pistola onde durante as tardes jogava tranca e degustava uma pinguinha com limão. Deixa saudades”, lamenta Ruy.

“Nossa Guarapuava perdeu um grande amigo. Quem não participou da costela do Chaleira Preta? Quem não comeu a sua farofa? Quem não esteve nas festas beneficentes?” questiona o também tradicionalista Josoel Machado, o Joso.

Segundo Joso, a atividade exercida como açougueiro lhe rendeu conhecimentos no corte de carne. Foi rolador de tora; jogador de bocha e de bolão; caçador de codorna e de perdizes ainda na juventude ao aldo do seu pai; trabalhou na extinta Lojas João Vargas de Oliveira e na Fiat e não se omitia de atender o chamado de amigos para fazer um bom carreteiro para 500 ou mil pessoas. E não podia faltar a boa música e uma roda de prosa. “A música preferida era Veridiane, do Teixeirinha”, lembra o Joso. “O Birinha para outras instâncias e nos deixa a saudade e o exemplo do que é ser companheiro. O tradicionalismo de Guarapuava, nós, seus amigos, estamos tristes”.

Bira festejaria seus 62 anos de idade nesta quinta feira, dia em que será sepultado.

 

 

 

Cristina Esteche

Jornalista

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