22/08/2023


Paraná Política

MP pede condenação de 14 envolvidos na “Quadro Negro”

Segundo o Ministério Público, Eduardo Lopes de Souza,  liderava “o núcleo empresarial” do esquema

MP-PR 2

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu a condenação de 14 envolvidos na Operação Quadro Negro, incluindo o ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação Maurício Fanini,e  do empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor Construtora. Eles são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude a licitação e falsidade ideológica.

(Foto: Franklin de Freitas/Arquivo Bem Paraná)

Segundo o documento protocolado nessa segunda feira (29), “não resta dúvida de que havia uma organização criminosa nas esferas do Poder paranaense, com o objetivo de desfalcar os cofres públicos, em especial, na área de educação”. O MP diz, também, que a ação é  apenas “uma parte hierarquicamente inferior desta organização”, que envolve ex-funcionários da Secretaria da Educação e da Construtora Valor.

Investigação feita pelo MP apurou desvio de cerca de R$ 30 milhões, viabilizado por medições falsas em obras contratadas pelo Estado para reformas e construção de escolas.

Segundo o MP, Eduardo Lopes de Souza,  liderava  “o núcleo empresarial” do esquema. Isso porque tinha trâmite junto às instâncias governamentais “e sua capacidade de atrair seus familiares para lhe auxiliar”. “Todos os demais membros da organização criminosa denunciada possuem, de uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, algum vínculo com ele”.

O MP diz ainda que Maurício Fanini, “mediante remuneração de Eduardo Lopes de Souza, utilizou do cargo por ele ocupado para fazer com que os demais servidores públicos agissem em favor indevido da empresa Valor e que talvez sem esta intermediação o grupo não tivesse prosperado”.

Em delação, Fanini afirmou que a propina abasteceu as campanhas de Beto Richa para a Prefeitura de Curitiba e Governo do Paraná, entre 2002 e 2015,  além de pagar despesas  pessoais de Richa, como viagens  e a compra de um apartamento. O ex-governador nega as acusações.

Agora, as defesas dos réus tem prazo para apresentar as alegações finais e depois o processo fica pronto para a sentença da Justiça.

Cristina Esteche

Jornalista

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